A Lei do Amor estreia com cara de novela mexicana e padrão Globo de qualidade

Publicado em 03/10/2016

A Lei do Amor, novela que foi postergada para a estreia de Velho Chico, finalmente estreou na Globo. Neste primeiro capítulo, vimos nascer o amor e o companheirismo entre Helô (Isabelle Drummond) e Pedro (Chay Suede), o casal protagonista da trama. A história chegou com cara de novela mexicana, juntando elementos clássicos de um bom folhetim: mocinha pobre, com mãe doente, que se apaixona por um herói rico, este com dificuldades de adaptação dentro da própria família e problemas de relacionamento com a Madrasta Magnólia (Vera Holtz), a grande vilã da trama, que veio embalada num tipo de vilã que o público costuma odiar e que não víamos na telinha há muitos anos: aquela que usa sua fé e age em nome da igreja para justificar seus maus atos.

Maria Adelaide Amaral parece ter juntado, sobretudo neste primeiro capítulo, todos os bons elementos que levaram as grandes novelas do passado ao sucesso. O pai de Helô, certamente foi o âncora da estreia, aquele que esteve no centro do capítulo: Foi para ajuda-lo que Helô foi ao rio pescar algo para dar de comer à mãe doente, belissimamente interpretada por Denise Fraga, a qual não víamos na TV aberta desde a minissérie Queridos Amigos de 2008. Foi pela sua fraqueza, e desejo de levar uma condição digna à família que ele usou a arma de brinquedo adquirida numa barraca de quermesse para desesperadamente assaltar  a tecelagem de Fausto, seu antigo patrão e pai de Pedro, levando-o à sua prisão e posterior morte.  A todo momento, o sofrimento da protagonista foi o mote, fosse pela extrema pobreza ou pelo jeito brejeiro, mas sempre disposta a lutar em nome de sua família.

Outra história que promete chamar atenção é a de Vitória (Sophia Abrão) e Augusto (Hugo Bonemer). A garota, que é meio irmã de Pedro, se apaixona por Augusto, seu professor do cursinho, mesmo sendo contra a vontade de sua mãe, Magnólia. O enredo por trás da rasa história romântica revela que a família Leitão esconde segredos do passado e que a morte do pai de Augusto pode ser apenas um deles.

As imagens foram visualmente bonitas assim como a trilha sonora que tem Ney Matogrosso na abertura. Tal qual Velho Chico, a trama apesar de ter uma edição com mudanças de ângulos muito ágeis, abusou de cenas longas, o que deixou o capítulo mais lento do que as demais tramais atuais. Apesar de ser uma novela bem produzida e a atmosfera interiorana criada refletiu bem esse cuidado de produção, a caracterização dos atores, sobretudo das mulheres me pareceu um tanto perdida no tempo. Se a trama da primeira fase se passa no fim dos anos 90, as referências de moda eram outras e o que vimos em tela era muito mais semelhante à moda do fim dos anos 80 e início dos anos 90.

Talvez A Lei do Amor seja considerada a princípio mais do mesmo, afinal estamos vendo uma mocinha lutar por vingança ou justiça, contra aqueles que destruíram seu seio familiar, mas com certeza chamará atenção do público que estava carente por um enredo tradicional, com jeito e forma de novelão.

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