TV paga

Primeiras horas de CNN Brasil mostram um canal com fôlego para peitar a GloboNews

Novo canal de notícias aposta em análise e notícias quentes

Publicado em 16/03/2020

A CNN Brasil finalmente estreou. Há muitos anos, se especulava a instalação no país do canal de notícias mais famoso e tradicional do mundo. Em 1980, a CNN inaugurou o segmento na televisão paga americana. O intuito era informar as pessoas que não conseguiam chegar em casa a tempo de ver o tradicional jornal das 18h30.

Foi assim que a Cable News Network começou a mudar a televisão mundial para sempre. Após a inovação e alguma dificuldade para se firmar em um mercado completamente novo, que estava sendo construído por ela mesma, vieram momentos memoráveis. A CNN instituiu o Breaking News, a cobertura em tempo real de fatos que ainda estão se desdobrando.

A Guerra do Golfo, o 11 de Setembro, a Guerra do Iraque são alguns exemplos dos momentos em que o canal se tornou referência. A CNN se consolidou como emissora de cobertura de fatos de grande interesse americano e também do mundo. Foi com esse background que o canal estreou no domingo, 15 de março.

Estreia

O primeiro programa foi um especial chamado CNN no Ar. Já era esperado que a atração apresentasse a nova emissora para o público. Os âncoras Monalisa Perrone e Reinaldo Gottino mostraram cada detalhe do canal. A dupla se mostrou afinada e preparada para ancorar coberturas ao vivo.

Problemas técnicos

A CNN Brasil apresentou poucos erros técnicos, como um problema de áudio, que foi logo solucionado. De cara, já foi possível ver um jornalismo mais dinâmico, diferentemente do que o público brasileiro está acostumado a ver na GloboNews, por exemplo.  

Aposta na análise

Em contraste com a Record News, que estreou em 2007 e preferia cobrir assuntos locais, a CNN chegou competindo com a emissora do Grupo Globo pelo mesmo espaço, pelas mesmas pautas. Na manhã de segunda-feira (16), já foi possível confirmar isso, com os jornais CNN Agora e CNN Novo Dia. O canal aposta em notícias quentes e análise, seguindo o formato da irmã americana.

Estética

A rede de notícias estreou afinada com o padrão internacional. Apesar dos cenários serem significativamente menores do que os da CNN dos Estados Unidos, as cores da cenografia e o moderno pacote gráfico lembram bastante a CNN estrangeira. A vinheta de Breaking News, por exemplo, é idêntica à usada pelo canal em inglês.

Comerciais

Curiosamente, a CNN apresentou intervalos cheios, com grandes marcas e nada do que as emissoras brasileiras – menos a Globo – costumam fazer, que é exibir programas por longas horas sem um intervalo sequer. Essa foi uma amostra de respeito com anunciantes, com o público e mostra que o canal quer faturar.

Programação

Apesar de apresentar programas longos, com três horas de duração, a CNN Brasil conseguiu atrair e não cansar o telespectador justamente por dinamizar. Os jornais não ficam por muitos minutos falando sobre o mesmo assunto, ou se repetindo.

Pluralidade

Diferentemente do que fazem GloboNews e BandNews, a aposta da CNN é no contraditório. O Grande Debate, quadro do CNN Novo Dia, chamou a atenção dos telespectadores, que subiram hashtag no Twitter. No segmento, Gabriela Priolli e Caio Coppolla, ambos comentaristas, discutem um tema de interesse público em posições antagônicas.

Informalidade

Apesar de seguir a cartilha da CNN internacional, com seriedade, o canal traz alguma informalidade com o Live CNN, um matinal apresentado por Phelipe Siani e Mari Palma. Ambos trataram de assuntos sérios e, quando puderam, se mostraram humanos, perto do telespectador. Apesar do TP (teleprompter), puderam fazer comentários informais.

Nervosismo

Nas primeiras horas, foi possível ver certo nervosismo de repórter e do pessoal dos bastidores, por isso alguns erros ocorreram. Apesar da gravação de vários testes, no ar se pôde ver repórteres com dificuldade de transmitir a informação com calma. Aparentemente, tudo se ajusta com o tempo.  

Concorrência

No geral, foi mostrado um canal capaz de entrar ao vivo de qualquer parte do País, com repórteres preparados para entregar o noticiário para o telespectador. A CNN Brasil não se mostrou equivocada como a Record News, tão pouco simplória como a Band News. O canal promete ser uma concorrência, de fato, para a líder GloboNews. Quem ganha é o público.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade