Ouro Verde frustra expectativas e não emplaca na Band

Publicado em 10/01/2020

A novela portuguesa Ouro Verde estreou na Band em julho do ano passado com alta expectativa. Afinal, trata-se de um novelão tradicional, com um enredo que costuma agradar o paladar do espectador brasileiro. Além disso, tem no elenco vários rostos conhecidos do Brasil, incluindo medalhões como Zezé Motta e Silvia Pfeifer. Porém, isso não foi suficiente para botar a dramaturgia da Band nos trilhos. Ouro Verde não conseguiu repetir o sucesso de Mil e uma Noites, trama turca que registrou índices satisfatórios para a emissora anos atrás.

A audiência de Ouro Verde não chega a ser um fiasco, considerando os padrões da Band. No entanto, como a trama segue muito da receita já testada e aprovada no Brasil, esperava-se que a saga de Jorge Monforte (Diogo Morgado) pudesse dar um novo gás à faixa de novelas da emissora. Não era impossível, afinal, Ouro Verde é uma boa novela. Tem uma trama consistente, boas reviravoltas e ótimo elenco. Inclusive, a mocinha Bia é vivida por Joana de Verona, que atualmente dá vida à Adelaide em Éramos Seis, na Globo.

No entanto, o sucesso não veio. Ouro Verde tem desempenho mediano e tem passado quase despercebida. Isso pode colocar a faixa de novelas da Band em xeque novamente. Afinal, a emissora obteve bons resultados com a exibição de tramas turcas. Depois, com a queda de audiência dos últimos folhetins, o canal mirou nas novelas de Portugal, país que vem colecionando prêmios com suas tramas nos últimos anos. O fraco desempenho de Ouro Verde pode fazer a Band desistir de seguir exibindo produções daquele país.

Alternativa

A trajetória da exibição de novelas na Band é interessante. A emissora já passou por várias fases no segmento, tendo inclusive emplacado várias produções próprias. No entanto, foram poucas que ficaram marcadas. Em suas últimas tentativas como produtora, o canal mirou no público infantojuvenil, colhendo bons frutos com Floribella (2005) e Dance Dance Dance (2007). Depois, tentou um romance tradicional com Água na Boca (2008), que não deu certo. Antes disso, tentou emplacar uma trama mais densa e picante, com Paixões Proibidas (2006), boa produção que não teve grande repercussão.

Porém, nos últimos anos, a Band optou por exibir folhetins enlatados. Percebendo o sucesso da dramaturgia turca no mundo, o canal trouxe Mil e uma Noites para o Brasil, em 2015, e os resultados foram bons. Vieram, então, outras produções da Turquia. Porém, no ano passado, a Band mudou a estratégia e resolveu apostar na produção de Portugal.

Ou seja, a trajetória da atual faixa de novelas da Band revela que o público da emissora prefere produções mais, digamos, “alternativas”. As tramas turcas têm uma cara diferente do que comumente se vê na TV brasileira. Já as novelas portuguesas se aproximam mais do que é feito por aqui. Assim, a Band se destaca mesmo quando procura oferecer uma alternativa ao público, e não o que já é oferecido pelos demais canais.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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