Betty, a Feia em NY é o único acerto do SBT no início de 2020

Publicado em 27/01/2020

Única estreia efetiva do SBT em 2020 até o momento, a novela Betty, a Feia em NY é, também, um acerto da emissora. Por mais que a trama seja já velha conhecida do público brasileiro, já que é mais uma versão da genial história criada por Fernando Gaitán, ainda há motivos para se acompanhar a saga da jovem inteligente, mas pouco atraente. Esta versão, feita para o público latino que vive nos EUA, atualiza a história de Betty de maneira bastante eficiente e divertida.

Betty em NY traz de volta os personagens já conhecidos de quem viu a versão original, novela colombiana que foi exibida por aqui em 2002 na RedeTV!. Agora, Betty (a ótima Elyfer Torres) é filha de imigrantes latinos em Nova York, onde estudou e tem um currículo invejável. Porém, sua aparência fora dos padrões faz com que ela não consiga se colocar no mercado de trabalho. Por isso, acaba aceitando um cargo abaixo de sua qualificação, se tornando secretária de Armando (Erick Elías), presidente de uma grande empresa do mundo da moda. Assim, Betty se verá num contraste entre o mundo de aparências e de seus reais valores. Além disso, se torna parceira de Armando, numa relação que se tornará amor.

A versão da Telemundo mantém intactos nomes, personagens e situações. Porém, injeta novidades no trato da temática, mais de acordo com os tempos atuais. Aqui, Armando aparece mais humanizado e menos “canalha”. Enquanto isso, Betty aparece mais natural, sem aquela forçada na barra em seu visual e, consequentemente, em sua transformação no decorrer da obra. No mais, a história ainda abusa do humor, numa comédia romântica bastante divertida e com sacadas inteligentes. É a mesma novela, mas numa roupagem moderna, atraente e bastante contemporânea.

Versões e mais versões

Como se sabe, Betty, a Feia é um fenômeno mundial. Além de a novela original ter sido exibida mundo afora, a trama ainda ganhou várias versões. No Brasil, as mais conhecidas são a versão da Televisa, A Feia Mais Bela, exibida no SBT; a versão estadunidense em formato de série, Ugly Betty, que foi atração também no SBT e no canal Sony; e a versão brasileira, Bela, a Feia, produzida pela Record TV.

Em comum, todas estas versões têm o fato de registrarem audiências bastante satisfatórias. Betty, a Feia original foi o primeiro grande sucesso da história da RedeTV!. A Feia Mais Bela ajudou o SBT a recuperar sua audiência perdida entre 2006 e 2007, anos em que o canal padecia. Ugly Betty, embora não tenha sido exibida na íntegra em TV aberta, também pontuava bem nas noites de quarta-feira em 2008.

Bela, a Feia (2009), a adaptação assinada por Gisele Joras, também teve ótimo desempenho. Tanto que foi reprisada no ano passado nas tardes do canal e incomodou a concorrência. Provavelmente, foi o sucesso de Bela, a Feia que encorajou o SBT a comprar a nova versão. Afinal, trata-se de uma história de inegável magnetismo, e que sempre agrada.

Telemundo no SBT

Com Betty em NY ocupando uma das faixas das Novelas da Tarde do SBT, a emissora se abre a produções fora de seu acervo pessoal e tramas da mexicana Televisa. A última vez que o canal de Silvio Santos apostou num folhetim estrangeiro que não era do México foi com a exibição da argentina Lalola, em 2008. Porém, mudanças constantes de horário enfraqueceram a produção, que teve desempenho parco no Brasil. Depois disso, o SBT seguiu com suas mexicanas.

Deste modo, se Betty em NY for bem, o SBT pode mirar em outras produções da Telemundo. O canal estadunidense tem se destacado com suas novelas no mercado internacional, com folhetins bem produzidos e com temáticas de acordo ao gosto do público latino. Pode ser interessante.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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