Repetitivo, SóTocaTop é previsível e não empolga

Publicado em 02/11/2019

SóTocaTop, programa das tardes de sábado da Globo, teve o trunfo de resgatar o formato musical na TV aberta. Porém, na reta final de seu segundo ano no ar, o programa vai ficando cada vez mais repetitivo. Depois de dois anos apostando nos mais variados rankings musicais, a atração demonstra dificuldades em sair do lugar comum. Além disso, SóTocaTop tem resultados de audiência semelhantes aos dos programas anteriores do horário, como o Estrelas e Tá Brincando!.

Programas totalmente musicais faziam mais sentido no passado, quando não era tão fácil ter acesso à música. Nos tempos do Globo de Ouro e do Cassino do Chacrinha, por exemplo, TV e rádio eram as únicas opções, além dos discos, que o amante da música tinha para ouvir seu artista preferido. Porém, nos dias de hoje, com inúmeras plataformas de compartilhamento de música, um programa nestes moldes parece obsoleto.

Além disso, apesar dos esforços de se apostar em rankings diferentes, SóTocaTop acaba bastante voltado à música popular. E isso leva a uma repetição de convidados. Para tentar amenizar isso, a temporada 2019 lançou o espaço “Artista Top da Semana”, com um convidado de trajetória musical, mas que não está em nenhum dos rankings. Isso deixou o programa mais plural, sem dúvidas. Mas, ainda assim, não empolga.

Outra novidade da temporada foi o rodízio de apresentadores. Com a saída de Fernanda Souza e Luan Santana, SóTocaTop passou a ser apresentado por músicos. Iza, Tony Garrido, Lucy Alves e Wesley Safadão passaram por ali. As cantoras Maiara e Maraisa são as atuais anfitriãs. Mas a nova dinâmica não faz tanta diferença no musical.

Temporadas

Desde que o Estrelas, de Angélica, saiu do ar, a faixa das 15 horas do sábado da Globo abrigou diferentes projetos. Além do SóTocaTop, foram exibidos no horário a série jornalística As Matrioskas e o game Tá Brincando!, com Otaviano Costa. A ideia original parecia ser reservar o horário para programas de temporadas. Mas todos os projetos se mantiveram, mais ou menos, no mesmo patamar de audiência de Angélica.

Além disso, ao que tudo indica, os projetos de temporada do horário parecem parados. Com o cancelamento do Tá Brincando! e a indefinição sobre o novo projeto de Angélica (que tinha chances de ocupar o espaço), não há nada de novo previsto para o horário. O que se sabe é que SóTocaTop terá, ainda, uma temporada de verão, entre janeiro e março de 2020. Ou seja, o rodízio de formatos na faixa parece cada vez mais distante.

O que é uma pena. SóTocaTop funcionaria bem melhor se fosse um programa de temporada curta. Se ocupasse a grade entre três e quatro meses no ano, a atração não seria tão cansativa e evitaria a repetição e a previsibilidade. Seguindo como programa fixo, SóTocaTop pode caminhar rapidamente para o desgaste.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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