Em nova fase, Mestre do Sabor perde cara de The Voice e empolga

Publicado em 07/11/2019

O reality gastronômico Mestre do Sabor, da Globo, exibe agora uma nova etapa da competição. Chamada de Na Pressão, a fase consiste num duelo entre os times liderados pelos técnicos José Avillez, Leo Paixão e Kátia Barbosa. O novo momento faz com que Mestre do Sabor apague a má impressão de ser uma repetição do The Voice e ofereça bons momentos de entretenimento.

A grande sacada da fase Na Pressão é a participação efetiva de Claude Troisgos. Nesta etapa, os times são desafiados a elaborarem pratos utilizando alguns itens obrigatórios. Cabe aos técnicos orientar os membros de suas equipes, enquanto é função de Claude provar os pratos. Com isso, o chef deixa de ser apenas um mestre de cerimônias e passa, de fato, a dizer a que veio. Fica mais do que justificado a escolha de um chef, e não de um apresentador de carreira, para comandar a atração.

Depois que Claude avalia os pratos, é definida uma equipe campeã, que escapa da prova individual. E os demais precisam passar por uma nova avaliação. No final, são os técnicos que provam, às cegas, os pratos elaborados. Ou seja, num mesmo episódio, Claude e os três técnicos trocam de função constantemente. E a mecânica funcionou muito bem. Deu a Mestre do Sabor um diferencial realmente efetivo. Além disso, permitiu ao público se envolver mais com a competição e vibrar com os acontecimentos. O jogo começa a empolgar.

Reciclagem de formato

Apesar de a Globo alardear que Mestre do Sabor é um formato original, sua primeira fase foi incomodamente igual ao The Voice. Mesmo sendo uma competição de culinária, e não de música, a semelhança da mecânica do jogo causou uma sensação de repetição. Com isso, apesar das qualidades, Mestre do Sabor parecia mais do mesmo, e não algo verdadeiramente original.

No entanto, a nova fase deu uma injeção de ânimo na atração. Agora sim, o programa se desvinculou do The Voice para ganhar vida própria e se mostrar, de fato, como um formato original. Mestre do Sabor pode não se tornar uma mania, como o MasterChef já foi. Mas é um programa que tem seu valor. Mais do que isso: mostra que a TV brasileira pode, sim, fugir dos formatos prontos e criar algo ela mesma.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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