Marco Nanini em A Dona do Pedaço: por que dar um personagem tão ruim e sem função para ator tão bom e importante?

Publicado em 09/08/2019

Marco Nanini é um dos mais respeitados, admirados e talentosos atores brasileiros. Sua carreira em teatro, cinema e televisão dispensa maiores comentários. Podemos atualmente ver Marco Nanini em A Dona do Pedaço no papel de Eusébio. Trata-se de um vagabundo dos maiores, que tiraniza a esposa Doroteia (Rosi Campos). Além disso, pouco liga para os filhos e acha que 30 mil reais são uma grande fortuna. Em virtude de mal e porcamente ter ajudado a protagonista Maria da Paz (Juliana Paes) a ir vender seus bolos na rua há 20 anos, e quase ter colocado tudo a perder, vive de “indiretas diretas” que aludem à injustiça que ela comete para com ele, tão fundamental para o que ela se tornou, milionária e poderosa.

Uma família deslocada e desnecessária ao enredo é liderada por Marco Nanini em A Dona do Pedaço

Com toda a certeza, se é o caso dos jovens terem parentes mais velhos, mais acertado poderia ser Marlene (Suely Franco) como tia ou avó de Zé Hélio (Bruno Bevan), Rock (Caio Castro) e Britney (Glamour Garcia). Isso pouparia não apenas Marco Nanini como também Rosi Campos, Betty Faria e Tonico Pereira. Todos em personagens que desperdiçam seu talento. Ademais, personagens constrangedores. Isto é, ao menos até aqui. A presença de Berta Loran, como Dinorá, e do irmão gêmeo de Eusébio, Juninho (também Marco Nanini), agora na mesma casa, quem sabe pode ajudar a melhorar a situação.

Eusébio Marco Nanini Chico Tonico Pereira Dorotéia Rosi Campos Cornélia Betty Faria Rock Allexandre Coleman Rarisson Theo de Almeida Zé Hélio Flavio Teixeira Bisneto e Sabrina Alice Jardim

No início, a presença de Marco Nanini em A Dona do Pedaço se justificava pela figura de chefe de uma família de sem-teto, que invadiam imóveis alheios. Inclusive, a casa em que moram nos últimos 20 anos foi invadida. Licenças poéticas e “voos” à parte, em 20 anos uma família não ser acionada incisivamente por ocupar um imóvel de outrem é bastante irreal. Mesmo para uma novela. No entanto, o personagem é plenamente desnecessário. Quando menos, sua trajetória até aqui não justifica ser interpretado por um ator que com o mesmo Walcyr Carrasco teve muito mais função em Eta Mundo Bom! (2016). E que nem se fale de Brega & Chique (1987), O Auto da Compadecida (1999), A Grande Família

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