Rafael Vitti: em Verão 90, a difícil posição de mocinho

Publicado em 10/07/2019

Em Verão 90, cartaz das 19h na Globo, Rafael Vitti interpreta o mocinho da história, não por acaso chamado João Guerreiro. “Não por acaso”, a saber, porque na história criada por Izabel de Oliveira e Paula Amaral o personagem já foi acusado de assassinato, preso, condenado a três anos de prisão, teve a carreira em ascensão prejudicada… E por trás de tudo isso está o próprio irmão de João, Jerônimo (Jesuíta Barbosa). Ele é apaixonado (ou seria obcecado?) por Manuzita (Isabelle Drummond) desde a infância, quando o trio fez sucesso com o grupo Patotinha Mágica. E não hesita em passar o irmão pra trás sempre que considera necessário.

Rafael Vitti em novelas anteriores a Verão 90

No entanto, em Verão 90 o trabalho de Rafael Vitti não tem repercutido tanto quanto em ocasiões anteriores. Seja porque ambos os mocinhos da trama – João e Manuzita – são um pouco insossos, seja porque, ao contrário, os pilantras Jerônimo e Vanessa (Camila Queiroz) oferecem melhores oportunidades a seus intérpretes, Rafael não se sobressai tanto na novela das 19h. No mesmo horário, anteriormente, o ator foi um dos intérpretes principais de Rock Story (2016/17), de Maria Helena Nascimento. O cantor Léo Régis, que fazia sucesso com uma composição de Gui Santiago (Vladimir Brichta) e se envolveu com a ex-mulher dele, Diana (Alinne Moraes), foi um dos destaques da novela.

Além disso, o “Cabeludinho” de Malhação – Sonhos (2014/15) fez bem mais sucesso em seu par com Karina (Isabella Santoni). Claro que comparando com João e Manuzita. Não consideramos para essa análise o Carlos Eduardo da primeira fase de Velho Chico (2016), assumido por Marcelo Serrado posteriormente.

A superficialidade do personagem não deve interferir na avaliação do trabalho do ator em Verão 90

Verão 90 tem boa audiência, embora derrape em referências à época na qual se situa. Claro que os atores e seu desempenho colaboram, mesmo que em parte, para esses bons resultados (média de 25 pontos). Todavia, não se pode negar que tanto Rafael Vitti quanto Isabelle Drummond, ambos habitualmente bastante saudados até aqui, foram nessa novela ofuscados por alguns colegas em certa medida. E não falamos só de Camila e Jesuíta. Cláudia Raia, Alexandre Borges, Dira Paes, Gabriel Godoy e Marina Moschen são alguns dos atores que se destacaram em meio ao enredo algo esvaziado da novela.

Para Rafael sobrou o mocinho odiado pelo irmão. De relacionamento amoroso sempre tumultuado por motivos bobos e que não convence em seus rompantes de raiva de Jerônimo. Logo após sair da prisão, onde cumpriu pena pelo assassinato de Nicole (Bárbara França), João passou por poucas e boas. Até strip-tease fez, na Galeria Sibéria, como um dos “Tigres Siberianos” junto a Patrick (Klebber Toledo) e Candé (Kayky Brito). No entanto, a boa química em cena com Isabelle Drummond deve ser destacada. A história do casal pode soar insossa e girar em círculos, mas os dois atores se saem bem. Fazer mocinho não é fácil.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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