Órfãos da Terra: Eliane Giardini promete com uma Rania cativante

Publicado em 13/04/2019

Órfãos da Terra chega neste sábado (13 de abril) a seu 11º capítulo e já pode ser verificada uma atuação de grande potencial para marcar a trajetória da novela de Thelma Guedes e Duca Rachid: a de Eliane Giardini como Rania, a líder da família Nasser.

Depois de ser desperdiçada como a Nádia de O Outro Lado do Paraíso, Eliane tem outra vez a chance de brilhar com uma personagem cheia de nuances e bem construída. A personagem da atriz na novela de Walcyr Carrasco até prometeu, mas depois se esvaziou em chavões racistas batidos e teve uma regeneração bastante repentina.

A grande matriarca de Órfãos da Terra

Rania é prima de Missade (Ana Cecília Costa), mãe da protagonista Laila (Júlia Dalavia). Nunca perdeu contato com ela, sua única parente na terra natal, a Síria. E prontamente acolhe os parentes todos quando eles perdem tudo e viajam para o Brasil, após muitas dificuldades no Líbano e a fuga da Laila para escapar das garras do sheik Aziz (Herson Capri). A propósito, Rania sabe muito bem o quão mal e vingativo Aziz é, mas o porquê disso não fica muito claro agora, será revelado no decorrer da novela. A simples menção ao nome do milionário já a faz estremecer.

Rania deixou a Síria há mais de 30 anos, quando veio para o Brasil e se casou com Miguel Nasser (Paulo Betti). Brasileiro, mas descendente de sírios, ele a conheceu durante a viagem à terra natal dos antepassados e os dois se apaixonaram. Rania e Miguel tiveram três filhas. Zuleika (Emanuelle Araújo), a mais velha, voltou para a casa dos pais após anos de um casamento desajustado, que lhe rendeu a filha Cibele (Guilhermina Libânio). Aline (Simone Gutierrez) é feliz com o marido Caetano (Glicério do Rosário), e os dois são pais de Benjamin (Filipe Bragança) e Arthurzinho (Thales Miranda) . A caçula Camila (Anaju Dorigon) é um “purgante”, como a própria mãe diz. De nariz empinado, invejosa e arrogante, a jovem destoa de toda a família.

Um grande coração e o apelo emocional do elo de sangue

Rania recebe a prima, seu marido Elias Faiek (Marco Ricca) e Laila com todo o afeto e generosidade. Eles foram obrigados a deixar a vida na Síria após terem sua casa bombardeada, a saber. Instala-os em sua casa, onde sempre cabe mais um. Apesar dos protestos mais veementes de Camila e mais brandos de Miguel, ambos com o pensamento de que a residência não comporta tanta gente. Cenas em família, como em geral são as de Rania, dão a Eliane Giardini a chance de exercitar diversas facetas de interpretação. Se por um lado já a vimos fazer outras mãezonas, como a Viúva Neuta de América (2005) e a Indhira de Caminho das Índias (2009), ambas escritas por Glória Perez, por outro Rania se revela como uma personagem de mais de uma camada dramática.

Por sua origem estrangeira, seu apego à cultura síria e seus arroubos dramáticos, mais nossa relação de tantos com Eliane, é natural que surja a lembrança de outra personagem dela: a Nazira de O Clone (2001), outra novela de Glória. No entanto, Nazira tinha outro tom, era mais exagerada, desesperada por um bom marido e vivia se metendo nos casamentos dos irmãos Mohamed (Antonio Calloni) e Said (Dalton Vigh). Além disso, ela era marroquina, e não síria como Rania. Há os tiques e os costumes, mas com diferenças, apesar de ambos os países pertencerem ao chamado Mundo Árabe.

Vêm pela frente grandes emoções para Eliane Giardini em Órfãos da Terra

Além de servir como mediadora dos muitos conflitos entre seus descendentes, que faz questão de ter sempre consigo, sob suas asas, Rania ainda passará por poucas e boas em Órfãos da Terra, conforme os planos das autoras. Nas próximas semanas, começará a se configurar o grande plano de Dalila (Alice Wegmann), filha do sheik Aziz, que deseja ter Jamil (Renato Góes) como marido a qualquer custo. Só que ele se apaixonou por Laila, aquela que ele deveria ter encontrado e levado de volta para o Líbano e entregue a Aziz. Sendo Laila prima de Rania, é natural que Dalila se aproveite desse laço familiar para prejudicar a rival. E é o que acontecerá. Como diria Silvio Santos, “Aguardemmm…”.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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