The Voice Kids tem qualidades, mas técnicos exageram nas avaliações

Publicado em 28/01/2019

Concurso de talento infantil sempre foi um dos pilares de sustentação da TV brasileira. Desde os clássicos shows de calouros, passando pela fase de ouro de Raul Gil, até chegar aos talent shows, pequenos fofos e talentosos sempre foram garantia de boa audiência. Por isso, a versão infantil do The Voice é um acerto da Globo. The Voice Kids tem ótima produção, momentos de emoção e, ainda, é exibida num excelente horário. Uma atração familiar dominical eficiente.

No entanto, a atual temporada do The Voice Kids vem sofrendo com o mesmo mal que acomete outras produções do gênero. Com o passar das temporadas, é comum que o jurado (ou, no caso, o técnico), crie um personagem para si e passe a pesar a mão na performance. Isso pode ser observado nas atuações de Simone e Simaria, Claudia Leitte e Carlinhos Brown. Os técnicos têm exagerado em suas avaliações um tanto condescendentes, com muita firula e pouca avaliação.

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Obviamente, numa competição entre crianças, há de se ter tato para avaliar os competidores. A intenção não é traumatizar ninguém. Mas Claudia Leitte e Carlinhos Brown, que estão na função desde o primeiro The Voice Brasil, em 2012, já estão “viciados” em seus discursos. Enquanto isso, Simone e Simaria estão em seu segundo ano na atração, mas já começam a se repetir em demasia. Elas são carismáticas e divertidas, sem dúvidas, mas começam a cair nos elogios gratuitos e gracejos “over”.

Substituição é a solução

A única maneira de se evitar que os técnicos do The Voice virem personagens de si mesmos é sua constante substituição. Mas isso vem sendo feito a conta-gotas, tanto na versão infantil quanto na adulta. Do quarteto original do The Voice Brasil, apenas Daniel foi substituído de fato, por Michel Teló. Já Claudia Leitte e Ivete Sangalo tiveram os papéis invertidos: a primeira foi do adulto para o infantil, enquanto a segunda foi do infantil para o adulto. Houve ainda a saída de Victor e Léo da versão infantil, mas por outros motivos.

Não se trata de implicância com os artistas, pelo contrário. Os cantores que se colocam como jurados e técnicos do The Voice contribuíram, e muito, para o sucesso do programa. No entanto, se observarmos as versões internacionais do The Voice, percebe-se que a troca de técnicos é bem mais contante. E isso faz bem ao formato, já que injeta sangue novo na atração.

Portanto, a emissora deve continuar apostando na disputa, que rende ótimos momentos ao espectador. Mas deveria considerar rever o elenco a cada nova temporada. Sem dúvidas, o formato se fortalecerá.

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