Após ver sua audiência crescer com dramaturgia, TV Aparecida troca novelas brasileiras por estrangeiras

Publicado em 16/08/2018

Desde o ano passado a TV Aparecida abriu em sua grade um espaço para a exibição de novelas. Para tanto, firmou parceria inédita com a Globo e exibiu um título desta. A Padroeira, de Walcyr Carrasco, exibida em 2001/02, foi reprisada pelo canal católico.

Os bons números mantiveram o gênero no ar e na sequência veio O Direito de Nascer, original cubano de Félix Caignet. A versão adaptada por Aziz Bajur e Jayme Camargo, produção de 1997 da JPO, esteve no ar entre fevereiro e o começo deste mês. Anteriormente, em 2001, foi exibida pelo SBT no começo da noite.

Guilhermina Guinle e Elaine Cristina em O Direito de Nascer
Guilhermina Guinle e Elaine Cristina em O Direito de Nascer (divulgação)

Com picos entre 0,9 ponto e 1 ponto de audiência, elevou a TV Aparecida à sexta posição no ranking da TV aberta em seu horário de exibição. Os capítulos vão ao ar duas vezes por noite: às 19h e às 22h30. Ao todo, mais de 6 de milhões de espectadores foram alcançados pela reprise. Com o propósito de comparação, A Padroeira teve média de 0,44 ponto. Ou seja, a audiência mais do que dobrou de um título para o outro. Por certo é necessário lembrar, porém, que partiu-se de um horário sem tradição no gênero. Numa emissora idem.

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Coração Esmeralda, a próxima novela da TV Aparecida

Produzida em 2014 pela Venevisión, Coração Esmeralda é de autoria de Zaret Romero, com base em original de Vivel Nouel. O casal central é formado pela ecologista Beatriz (Irene Esser) e pelo advogado Juan Andrés (Luis Gerónimo Abreu). Ele se apaixona pela moça sem saber que ela é a herdeira que fora encarregado de encontrar por seu padrinho milionário. Beatriz é fruto de um grande e sincero amor do ricaço, que deseja legar sua fortuna a ela e não aos filhos legítimos. A novela já foi exibida em mais de 50 países.

Por que a TV Aparecida optou por uma novela estrangeira? Levando em conta que há custos não apenas de direitos, como também de dublagem. Não valeria mais a pena, ante os bons resultados, manter-se no setor com produções nacionais? Nada contra as novelas estrangeiras, por aqui somos acostumados a elas. Afinal, existe uma tradição de mais de 30 anos, especialmente de mexicanas. Todavia, há motivos artísticos e mercadológicos que se mostram, a fim de justificar a manutenção da exibição de histórias brasileiras.

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Aliás, convém lembrar que as escolhas iniciais para a faixa de novelas demonstram alinhamento com a mensagem da TV Aparecida. Tanto A Padroeira quanto O Direito de Nascer são de cunho eminentemente católico. Coração Esmeralda segue a linha de novelas “para a família”, não agredindo a audiência do canal.

O negócio é aguardar a estreia, marcada para 17 de setembro, e ver se os espectadores do canal católico receberão bem a novela. Nesse ínterim, desde a semana passada estão no ar duas temporadas da série italiana Mistérios no Convento.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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