Grande atriz, Glória Pires faz mais um ótimo trabalho em O Outro Lado do Paraíso

Publicado em 10/11/2017

O Outro Lado do Paraíso ainda não empolga. Nesta fase inicial, a trama sofre com o excesso de maldades, os diálogos inacreditáveis e alguma vulgaridade em certos momentos. Entretanto, em meio a tanto sofrimento, um deles consegue, verdadeiramente, despertar a compaixão do público: a saga envolvendo Elizabeth (Glória Pires).

Casada com um embaixador, a mulher apagada e humilde sofre com sua ausência. O sogro Natanael (Juca de Oliveira) nunca a aceitou e armou para se livrar dela. Recrutou uma “falsa amiga” e um “falso amante” para envolvê-la numa trama sórdida, que terminou com a morte do amante. O sogro do mal se aproveitou do ocorrido e chantageou a nora, obrigando-a a forjar sua morte e desaparecer da vida de seu filho. Frágil, ela aceitou tal condição e, agora, lida com as consequências disso.

Nos últimos capítulos, Elizabeth, que agora se chama Maria Eduarda, apareceu sofrendo. Solitária, se entregou ao álcool e já pensou em tirar a própria vida. São momentos realmente duros e tensos, que despertam a compaixão da audiência, sobretudo, pelo excepcional desempenho de Glória Pires. Cria da TV e sempre abusando de sua naturalidade espantosa em cena, a atriz conseguiu se apagar e fazer uma personagem digna de pena.

Não é tarefa fácil. A teia de intrigas ao qual Elizabeth foi envolvida, e sua passividade diante dela, poderiam tornar a personagem tola e chata. O texto excessivamente melodramático também não ajuda muito. Mas a maneira como Glória Pires vem construindo a personagem passa credibilidade ao público e, além de despertar a compaixão, também cria a expectativa para uma virada. Trata-se de uma trama forte, que vem se desdobrando de maneira eficiente, e que tem tudo para render muito, graças, sobretudo, à direção acertada e ao desempenho de uma grande atriz.

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