Popstar chega ao fim após bem-sucedida primeira temporada

Publicado em 11/09/2017

Com a consagração de André Frateschi, a Globo encerrou na tarde de ontem (10) a primeira temporada de seu mais novo reality show musical, Popstar. A atração chegou ao fim bem-sucedida na missão de substituir o malfadado SuperStar, que teve três edições, mas nunca caiu nas graças da audiência.

Alardeado como um “formato original”, Popstar nada mais era que uma variação de outros realities de música, com a diferença que seus participantes são conhecidos do público. A receita pareceu uma mistura de The Voice, SuperStar e Dança dos Famosos, com artistas conhecidos como apresentadores e atores tendo a chance de mostrar à audiência que sabem cantar. Ou seja, não é bem um “formato original”, pois não tinha nada de original, mas como não era um programa comprado fora, valeu a tentativa da Globo de colocar seu próprio selo ali.

Foi um programa bastante divertido de se acompanhar. Popstar acertou ao mostrar os famosos fora de sua “zona de conforto”, mobilizando torcidas de modo que o público passou a torcer pelo seu ídolo. O elenco foi bem escolhido pela direção do programa, que apostou num time de forte apelo e muito talento. Ali, houve escolhas óbvias, como Mariana Rios e o vencedor André Frateschi, cujas capacidades vocais já eram bastante conhecidas. Mas o elenco também trouxe surpresas, como Eduardo Sterblich, extremamente afinado e competente, e Sabrina Parlatore, que surgiu linda e cantando divinamente após um bom tempo afastada da telinha. Que belo retorno! Já outros nomes surpreenderam negativamente, com performances um tanto constrangedoras, como Alex Escobar (que sobreviveu pelo carisma) e Murilo Rosa (“canastríssimo” no palco).

O último episódio de Popstar veio com cara de grande evento, numa edição enorme, com mais de duas horas de duração e várias participações especiais. A duração do programa foi questionável, mas a final trouxe vários momentos divertidos. Edu Sterblich, de novo ele, chamou a atenção pela escolha inusitada de repertório, entoando “Ciclo Sem Fim”, trilha da animação O Rei Leão, e “Lua de Cristal”, um clássico de Xuxa Meneghel. Foi aplaudido pela primeira, mas defenestrado devido à segunda canção.

A batalha final, entre Claudio Lins e André Frateschi, foi merecida, tendo em vista que os atores foram os artistas de maior capacidade e talento dentre os participantes. Qualquer um dos dois como vencedor seria bastante justo. O mais interessante é que os atores chegaram até o fim com um repertório que chamou a atenção pela qualidade: enquanto Lins sobressaía com grandes clássicos da MPB, André Frateschi fez uma bela seleção do rock nacional e internacional. Um programa de domingo com uma seleção musical que foge do lugar-comum é algo a ser aplaudido sempre.

Fernanda Lima como apresentadora esteve ótima, muito mais solta e descontraída que nos tempos de SuperStar. Tiago Abravanel foi um repórter de bastidores também bastante eficiente, mas estranhamente pouco aproveitado. Merecia mais espaço. Por tudo isso, Popstar foi um acerto da Globo em 2017, e sua segunda temporada, já confirmada para o ano que vem, é muito bem-vinda.

Carlos Lombardi e Miguel Falabella fazem falta no horário das sete da Globo

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