Paolla Oliveira se livra do estigma da mocinha chata em A Força do Querer

Publicado em 06/07/2017

A novela A Força do Querer tem vários méritos. A trama de Gloria Perez é a melhor novela do horário das nove da Globo em anos. Além da boa história e da direção acertada de Rogério Gomes (um dos melhores diretores de novela da atualidade, diga-se), a novela ainda tem sido a chance de vários atores e atrizes mostrarem seu valor.

Com o atual protagonismo de Bibi, por exemplo, fica em evidência o talento de Juliana Paes. Não que ela precisasse, afinal, a atriz já provou seu valor há algum tempo. Arrisco dizer que, desde a mocinha Gui, de Pé na Jaca, Juliana tem se destacado. Em seus trabalhos com Luiz Fernando Carvalho, Meu Pedacinho de Chão e Dois Irmãos, mostrou outras facetas. Deu carisma e verdade à vilã Carolina, de Totalmente Demais. E, agora, está numa entrega quase visceral neste momento em que sua Bibi passa por uma intensa transformação. Está ótima!

Sua colega de elenco Paolla Oliveira, no entanto, não teve o mesmo reconhecimento em sua trajetória. Por mais que tenha brilhado em trabalhos como Belíssima, Ciranda de Pedra, Cama de Gato e, principalmente, Felizes Para Sempre?, Paolla acabou estigmatizada como a mocinha sem graça de tramas como O Profeta, Insensato Coração e Amor à Vida. Na primeira, viveu a típica mocinha de época sofredora e não fez feio. Foi correta.

Mas Marina, em Insensato Coração, e Paloma, de Amor à Vida, foram verdadeiros testes de paciência ao espectador. E Paolla acabou sendo rotulada de canastrona diante destas personagens. Realmente, não foram bons trabalhos. No entanto, a atuação no piloto automático da atriz não é culpa, unicamente, de Paolla Oliveira. A verdade é que não havia texto para a artista em nenhuma das tramas. Marina era vazia de conflitos e fez escolhas absurdamente erradas em Insensato Coração. Não dava para torcer por ela. Em Amor à Vida, foi ainda pior, já que a trama que protagonizava se esgotou muito antes do fim, e ela já não tinha muito o que fazer na história de Walcyr Carrasco.

Em A Força do Querer, no entanto, ela vive uma personagem cheia de possibilidades. Jeiza é uma mocinha, tem uma história romântica envolvente, mas não é só isso. Ela tem sonhos, é dona do próprio nariz, sabe se colocar. Consegue achar o equilíbrio entre a doçura e a dureza. E Paolla está muito bem dando vida a esta mocinha que está longe da chatice das mocinhas anteriores. Sem dúvidas, a atriz está em seu melhor momento na TV.

Apesar de excelente, A Força do Querer se torna cansativa com tantas repetições

Um mês após a estreia, Pega Pega não empolga

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