À Primeira Vista não traz nada de novo, mas diverte

Publicado em 23/06/2017

Já vimos programas de namoro e relacionamentos aos baldes. O que não falta é gente disposta a encontrar sua cara-metade sob os holofotes da televisão. Tal temática já foi explorada tantas vezes, utilizando todo tipo de mecânica, que a estreia de mais uma atração no segmento, a princípio, não chama a atenção. À Primeira Vista, que estreou ontem (22) na Band, começou assim, sem grandes expectativas. E pior: batendo de frente com a final do Power Couple, da Record. Mas quem deu uma chance ao novo programa da Band provavelmente não se arrependeu. O novo reality é bem divertido.

Há algo de magnético no formato explorado por À Primeira Vista. Tal magnetismo tem a ver com o fato de que a atração é super simples, tanto na forma quanto no conteúdo. Não há regras mirabolantes, nem jogos descabidos, tampouco o bom e velho quiz de afinidade. O que há é, apenas, um encontro às cegas e os bate-papos que surgem a partir desta situação. Basicamente, um homem e uma mulher, selecionados pelo programa, têm um encontro para se conhecerem num restaurante. E ali vão jantar e se conhecer. No final do encontro, eles dão seu parecer, e revelam se pretendem marcar um novo encontro ou não.

A partir desta premissa simples, vários casais são colocados frente a frente. Numa mesa de restaurante, eles agem como provavelmente agiriam num encontro normal, fora da televisão. Há aquela timidez inicial, aquela vontade de agradar, aquelas conversas que vão revelando um pouco das personalidades de cada um. Assim, viu-se uma simpática promotora de eventos e um simpático mágico profissional se conhecendo melhor. Ele fazendo os truques dele, e ela impressionada com o que via. No final, como era de se esperar, eles afirmaram que pretendem ter um novo encontro.

Já outros casais surpreenderam. Uma ex-miss com seus 40 anos se encontrou com um romântico sujeito de meia-idade, que passou boa parte da noite jogando cantadas carentes que beiravam o constrangedor. As reações dela passavam a impressão de desconforto. Parecia que não ia rolar, mas, no final, os dois afirmaram que teriam um novo encontro. Teve também um casal de idosos que bateu de frente logo, os dois de personalidades um tanto fortes. Ela foi bem dura em algumas frases, dando a impressão de que não estava gostando do rumo da conversa. No entanto, no final, ela concorda em ter um novo encontro, ao passo que ele nega. Final inesperado.

À Primeira Vista tem ainda uma equipe formada pelos profissionais do restaurante, como o barman e as garçonetes. O ator Luigi Baricelli faz as vezes de maitre, conversando com os participantes antes dos encontros, e tecendo comentários com seu staff durante a conversa dos “pombinhos”, normalmente dando opiniões sobre acham se “vai rolar ou não”. A verdade é que a apresentação pouco acrescenta ao programa, mas também não compromete o andamento da mesma. Sendo assim, À Primeira Vista não oferece nada de novo ao espectador, mas diverte. Um entretenimento sem maiores pretensões. Em tempos de vacas magras na programação da Band, foi uma boa estreia.

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