A atual novela das onze (ou “supersérie”) Os Dias Eram Assim estreou prometendo boas doses de emoção. Parecia uma boa ideia transformar o enredo, concebido para ser uma novela das seis, em atração para às onze da noite, afinal, o horário avançado permitiria ir mais a fundo no trato do pano de fundo da obra, a Ditadura Militar.
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No entanto, passados alguns capítulos, percebeu-se que o enredo água com açúcar de novela das seis prevaleceu diante da temática histórica. Os Dias Eram Assim foca muito nos desencontros do casal protagonista Renato (Renato Góes) e Alice (Sophie Charlotte), com impasses típicos de folhetim. Apenas uma ou outra cena de sexo ou nudez mais “atrevida” justifica o horário tardio de exibição da novela.
Para piorar, a trama não vem rendendo os números de audiência almejados pela Globo. Assim, entram em cena as resoluções dos já famosos grupos de discussão promovidos pela emissora para constatar os motivos de a obra não alcançar um grande público. E, segundo a imprensa especializada (e o próprio Silvio de Abreu ontem, 21, no Domingão do Faustão), foi diagnosticado que o público não sabe direito o que foi a Ditadura Militar e, por isso, não entende direito a história de Os Dias Eram Assim.
E qual foi a solução encontrada? Inserir cenas extremamente didáticas para tentar “ensinar” o telespectador o que foi a Ditadura Militar. A novela vem perdendo um precioso tempo colocando a professora Natália (Mariana Lima) ministrando verdadeiras “teleaulas” sobre AI-5, golpe militar e outros “verbetes”. Com isso, Os Dias Eram Assim vem perdendo ritmo e se tornando bem enfadonha. Mais uma vez, a emissora erra ao implantar mudanças buscando aumentar o público, tendo em vista que este tipo de artifício, em vez de ganhar espectadores, acaba perdendo aqueles que ganhou anteriormente. Complicado.
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