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Sem Volta, da Record TV: uma colcha de retalhos com potencial

Publicado em 05/01/2017

Àqueles que estavam à espera e àqueles que tentaram, mas não conseguiram, fica a dica: Sem Volta, roteirizada por Gustavo Lipsztein e dirigida por Edgard Miranda, estreou na Record TV e, à primeira vista, ameaça unir dois formatos de entretenimento, série e novela, usando ação, suspense e drama. Resta saber se tenderá para um lado ou para nenhum.

Mesmo sem ousar muito no início – talvez, para não assustar o público televisivo –, Sem Volta buscou uma simbiose entre o formato das consagradas séries internacionais e o padrão de novelas sacramentado no Brasil. Isso desde a combinação de autor (mais focado em série e cinema) e diretor (foco em televisão) às cenas e cortes. Seja para atrair o público de séries, seja para aguçar o paladar dos adeptos da TV, Sem Volta mergulhou num toma lá, dá cá de recursos dos dois formatos. Uma mistura que, para a nova aposta, não pegou tão mal e não se deu de forma agressiva aos olhos dos telespectadores, mas ficou evidente.

Na lista de condescendência ou morde e assopra de Sem Volta, estão tomadas que se aproximavam das feitas nas séries norte-americanas e aqui se uniram a trilhas sonoras eloquentes, empregadas mais na teledramaturgia. Também estão presentes flashbacks utilizados em excesso em muitas séries e pouco vistos na TV brasileira, mas que abandonaram a sutileza e precisaram entregar-se como tais, assumindo uma paleta de cores alaranjada, diferente da paleta do “tempo presente”, para não confundir o público – bobagem e subestimação.

Vale ressaltar ainda que faltou capricho nos efeitos especiais, percebidos descaradamente. Por outro lado, a trama abocanhou pontos fortes, como o roteiro e a atuação, e faturou por isso.

Até aqui, a série não esbarrou no pastiche, mas também não “inventou a roda”. Com toda a mistura que se viu na televisão nesta quarta (04), Sem Volta se mostrou, em seu primeiro dos treze episódios, como uma colcha de retalhos que tem potencial para dar certo ou abrir caminho para novas produções do gênero, com chances de se tornarem bem-sucedidas e de caírem no gosto.

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