
Passados quase dois meses das mudanças que a Globo se viu obrigada a realizar em tempo recorde, é possível perceber: foi um erro quase primário não ter mantido Luciano Huck no comando do Caldeirão. Sem identidade própria, o atual programa de domingo é uma sombra do que foi o Caldeirão do HUCK e o Domingão do FAUSTÃO.
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Prova disso são as constantes confusões que o dono do bordão “loucura, loucura, loucura” faz com o título dos dois programas. Na edição que foi ao ar em 24 de outubro, ele mencionou por pelo menos três vezes a atração que hoje é comandada por Marcos Mion.
Se a nova fase do programa aos sábados é aclamada pelo público – e culminou na efetivação de Mionzera – Huck ainda pisa em ovos. Talvez a rejeição ao apresentador fosse menor se o título que o acompanhou nas duas primeiras décadas da emissora – Caldeirão do Huck – tivesse migrado com ele para os domingos.
Afinal de contas, o novo Domingão nada mais é do que uma sombra do extinto Caldeirão, com os quadros que ele já fazia em seu antigo horário. O Mix entre Quem quer ser um Milionário, Lata Velha, Visitando o Passado e histórias emocionantes não traz nenhuma novidade.
Fantasma de Faustão
E, mesmo o que é diferente para Huck, já é conhecido do telespectador. Por questões contratuais, ele foi obrigado a herdar o Show dos Famosos, do extinto Domingão. Aí está o segundo fantasma contra o qual Huck trava uma batalha ingrata: Fausto Silva. Outros detalhes também remetem ao seu antecessor, como o momento em que ele dá dicas de leitura;
As comparações são inevitáveis, já que a marca Domingão está – com todos os méritos – indiscutivelmente atrelada ao seu antigo dono. A Globo errou ao não aposentar o título – ou, pelo menos dar-lhe um longo descanso. Essa decisão só deu margem para que Luciano seja visto como um intruso, e não como o dono dos domingos de fato.
Se Luciano quer fazer história aos domingos, precisa começar do zero o quanto antes. Fazer valer a justificativa de que a mudança foi feita para oxigenar a grade no dia mais concorrido da semana. Caso contrário, o marido de Angélica continuará sendo apenas uma sombra da atração que comandava e também do homem que ocupou essa faixa por 32 anos
PS: Foi um acerto a decisão da Globo de efetivar Mion aos sábados. Ao contrário do colega, ele já conseguiu imprimir seu estilo, independente do nome da atração. Mas, pensando no contexto geral, teria sido melhor negócio a criação de um título do zero para Mion, ou mesmo, o resgate de algum outro, como Estação Globo.
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