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Renata Brás: Atriz da Praça vive triângulo amoroso no teatro com Tainá Müller e Reynaldo Gianecchini

À coluna, atriz fala sobre personagem lésbica em espetáculo inspirado no filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

Publicado em 22/04/2022

Ciumenta em A Praça É Nossa, do SBT, Renata Brás deixa Reynaldo Gianecchini com ciúme no teatro. A atriz interpreta uma lésbica e se relaciona com a companheira do ator, interpretada por Tainá Müller, na peça Brilho Eterno, que completa nesta semana um mês em cartaz em São Paulo. Coincidentemente, Giane repete com Tainá outro triângulo amoroso homossexual, após terem contracenado com Giovanna Antonelli na novela Em Família, da Globo.

Em entrevista exclusiva à coluna, Renata explica sua trama na peça, inspirada no filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), e detalha sua relação com Jessi, personagem de Gianecchini, e Celine, vivida por Tainá Müller. A protagonista foi indicada pelo ator após a saída de Letícia Spiller em razão da pandemia, que suspendeu a montagem por dois anos. Grazi Massafera chegou a ser cotada para o papel. Praticamente metade do elenco, aliás, precisou ser trocado.

“Minha personagem não existe no filme. A peça teve que mudar bastante porque não foi autorizado fazer exatamente como no longa. A concepção de Brilho Eterno está mais moderna. O diretor, Jorge Farjalla, deu ideias de como seria hoje, mais contemporâneas do que no lançamento do filme. Existe um amor a ser apagado, existe um casal principal, mas há outros elementos”, conta a atriz.

Renata Brás, Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller na peça Brilho Eterno
Renata Brás Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller na peça Brilho Eterno

Uma das novidades é, justamente, a personagem de Renata, Valquíria. Ela é uma dog walker (passeadora de cães) e, por seu trabalho, conhece Jessi, mas se atrai pela mulher dele, Celine. O conflito entre o casal é também por ideologias e formas de viver. Ele, mais conservador, e ela, liberal.

“Na peça, o Jessi, é um cara conservador, atrapalhado, esquisito. Ela é mais livre, não impede se de apaixonar por ele e por outra mulher. Faço uma dog walker, passeio com cães, e o papel do Giane tem um cachorro. E acabo conhecendo a Celine. Faço uma lésbica, né? Ela tem uma paquera, um envolvimento, e o Jessi não gosta dessa situação, mas ela fala: ‘Sou livre, você sabe, me conheceu assim’. Isso atrapalha a relação”, descreve.

Tainá Müller “alertou” Renata Brás sobre papel lésbico

Tainá “alertou” Renata sobre o novo público que a atriz iria atrair por sua personagem lésbica. Ela se tornou referência após dar o primeiro beijo em outra mulher em uma novela da Globo, há oito anos.

“É a segunda vez que o Giane faz um triângulo amoroso com a Tainá, e ele era o cara que ficou para trás! Tainá até brinca comigo: ‘Segura, porque agora vai vir um público muito focado em você!’. Eu acho lindo, pode vir que gosto de todas elas! São bem-vindas! Tainá é muito atenta a movimentos feministas e LGBTQIA+. Ela foi muito importante para a peça ganhar outra cara e trouxe questões que no filme não tinha. Por que não uma pessoa mais livre? Por que a personagem principal não ser bissexual? Hoje em dia há muitos formatos de relacionamento aberto, mas o problema é encontrar alguém na mesma medida”, comenta.

Giovanna Antonelli e Tainá Müller na novela Em Família

Na peça e na TV, Renata comemora o retorno do elemento mais importante para um ator: o público. Com o fim das restrições impostas pela pandemia, teatros puderam funcionar com capacidade total e o SBT liberou a plateia de A Praça É Nossa. Para ela, a retomada fez diferença em seu trabalho.

“Quando estreei o monólogo da Ciumenta, na pandemia, o teatro abriu para poucas pessoas e com máscaras. Foi muito esquisito para mim. Até fiz piada: ‘Se gostarem, riam com vontade, porque todo mundo parece com cara de c…, o que também é bom porque não estou vendo’ (risos). É muito louco, agora quando saio de casa sem máscara foi um alívio, porque quis tirar, mas me sinto ‘pecando’, infringindo a lei. Estou muito feliz que voltou o público da Praça, porque é outra energia, muito mais legal ter o retorno das senhoras rindo. Nós humoristas, ficamos muito felizes. No teatro, idem. Estamos no palco e vemos a plateia”, finaliza.

Brilho Eterno ficará em cartaz até 12 de junho no teatro Procópio Ferreira (Rua Augusta, 2823, São Paulo), com sessões às sextas-feiras (21h), aos sábados (17h e 21h) e domingos (18h). Os ingressos já estão disponíveis na bilheteria e na internet.

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