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Mariana Becker pede desculpas por intolerância religiosa em transmissão da Fórmula 1 na Band

Repórter da Band atribuiu azar de pilotos espanhóis a "maldição" de religião de matriz africana; veja vídeo

Publicado em 25/04/2022

A jornalista Mariana Becker foi criticada por parte do público da Fórmula 1 na Band por cometer intolerância religiosa durante a transmissão do GP de Emilia-Romagna, no último domingo (24). A profissional atribuiu o azar dos pilotos espanhóis Fernando Alonso e Carlos Sainz, que tinham deixado a prova, a um “despacho”, maneira pejorativa de se referir às oferendas de religiões de matriz africana.

“Estamos conversando aqui, a gente está pensando que algum espanhol pisou em um despacho aí, porque está o Alonso e o Sainz numa fase nas últimas corridas, é impressionante”, comentou Becker na Band.

Além desta fala, outro momento que gerou críticas foi na volta 48, quando a equipe da Band insinuou que Lewis Hamilton pudesse agredir o repórter Felipe Kieling: “Se depois da prova você fizer uma pergunta para o Hamilton, e perguntar assim: ‘Hamilton, como é o carro da AlphaTauri por trás?'”, disse o narrador Sérgio Maurício. O comentarista Felipe Giaffone emendou: “Mas faz a pergunta com a proteção de boca”. A declaração foi considerada racista (pelo estereótipo do “negro violento”).

Procurada pela coluna, Mariana Becker, por meio de sua assessoria de imprensa, pediu desculpas pela fala preconceituosa e reforçou seu respeito às religiões de matriz africana. A jornalista voltou a trabalhar em uma corrida de Fórmula 1 no último domingo, ainda se recuperando de um acidente em uma pista de esqui.

“Realmente me desculpem, os que ofendi. Pra mim, essa é uma expressão antiga que quer dizer que quem pisa em uma oferenda acaba desrespeitando o santo e fica com azar. É profanar o sagrado. Aconteceria o mesmo com quem chuta uma imagem de santo na igreja, ou cospe no chão de qualquer templo, fala mal da falecida matriarca da família. E aí leva aquela topada como um recado divino a quem fez o que não deveria. Realmente espero que vocês me perdoem a ignorância, assim como Iansã e Iemanjá que são minhas mães. Tenho imenso respeito e carinho por todas as religiões de matriz africana (e não africana também). Já homenageei Iansã e Iemanjá algumas vezes no meu Instagram, em especial no dia 4 de dezembro de 2020, com um ‘Guria Boa, Essa’, dedicado à rainha do mar. Beijo grande e fiquem em paz”.

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