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Ator se surpreende ao aparecer em três novelas inéditas da Globo: “Dei sorte”

Gillray Coutinho participou de Nos Tempos do Imperador, Quanto Mais Vida, Melhor! e Um Lugar ao Sol

Publicado em 02/02/2022

Em apenas dois meses Gillray Coutinho morreu, perdeu o emprego e foi para a guerra. Claro, tudo isso aconteceu na ficção. O ator tornou-se “onipresente” na Globo e, em fato raríssimo, “gabaritou” as três novelas inéditas atualmente no ar, aparecendo em Nos Tempos do Imperador, Quanto Mais Vida, Melhor! e Um Lugar ao Sol.

Esta sucessão de trabalhos só foi possível por causa da pandemia, que adiou e até suspendeu gravações. Para evitar novos atrasos, a Globo decidiu lançar as tramas das seis, das sete e das nove quase totalmente prontas. Enquanto Gillray aparecia em uma novela, já estava gravando outra.

Nem o ator conseguiu assistir a si próprio em tantos trabalhos simultâneos. “Eu não acompanhei tudo, só um pouco de cada novela porque, ao mesmo tempo, eu também estava gravando outras coisas”, explica Gillray Coutinho em entrevista exclusiva à coluna.

A primeira aparição foi em Quanto Mais Vida, Melhor!, como o piloto do voo que matou os protagonistas da novela. Logo no capítulo de estreia da trama das sete, em 22 de novembro, ele morreu dentro da cabine do avião e só reencontrou seus passageiros no céu.

Oito semanas depois, Gillray “ressuscitou” na novela das nove. Em Um Lugar ao Sol, interpretou Eusébio, contador da rede de supermercados Redentor. Ele caiu em um golpe do próprio patrão, Renato (Cauã Reymond), que o liberou mais cedo para poder manipular as planilhas de pagamento a mando de Tulio (Daniel Dantas). Resultado: foi demitido.

O ator nem teve tempo para lamentar o triste desfecho de seu personagem. No intervalo de apenas nove dias, já voltou à TV em um papel histórico: Marechal Deodoro da Fonseca. Em Nos Tempos do Imperador, história das seis, ele participou da reconstituição da Guerra do Paraguai e contracenou com Jackson Antunes (Duque de Caxias).

“É curioso que elas foram gravadas na ordem da exibição. A primeira, Quanto Mais Vida, Melhor!, começou primeiro, interromperam e depois voltaram de novo. Estávamos em um período mais difícil da pandemia. Um Lugar ao Sol foi bem mais tarde. Gravei Nos Tempos do Imperador quase perto de quando foi ao ar, a diferença foi a menor de todas. Deu essa coincidência de as três irem ao ar mais perto do que foram gravadas”, explica Gillray.

O “piloto”, “contador” e “marechal” das novelas da Globo é presença frequente em outras produções da TV e do cinema, e quase sempre atua em um escritório. Calvo e de bigode, costuma repetir advogados, banqueiros, juízes, delegados e outros personagens engravatados. Para o ator de 60 anos, foi “sorte” encenar três papéis completamente diferentes um do outro nas tramas inéditas. Para esta coluna, é consequência das mais de quatro décadas de carreira.

“Foi legal, porque foram três trabalhos diferentes. Quanto Mais Vida, Melhor! era mais puxado para o humor, tinha uma proposta mais engraçada. A segunda [Um Lugar ao Sol] tinha uma pegada mais de drama, o cara que perde o emprego, e fazia parte da trama do protagonista. A última, um drama histórico, é uma participação tensa, um momento de guerra. Acabei fazendo três personagens com três estilos distintos, três papéis bem diferentes. Isso que é legal no trabalho do ator, ter essa variedade de composições, e ter essa sorte, porque às vezes você acaba sendo chamado para fazer os mesmos tipos. Dei sorte também por isso. Os personagens não têm nada a ver um com o outro, e a interpretação também navega por três mundos diferentes, isso é bem bacana”, comemora.

Gillray falou com a coluna aproveitando a brecha de mais uma gravação. Não é de novela, mas ele se diz pronto para voltar a atuar na Globo. “Não é nenhuma das próximas [Além da Ilusão e Pantanal]. Pelo menos, por enquanto. Mas nunca se sabe”, brinca.

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