Ainda dá tempo?

Psicóloga dá dicas de como não ser cancelado no BBB 22

Os cancelados das últimas edições não foram poucos

Publicado em 03/01/2022

As pessoas que aceitam entrar do Big Brother Brasil costumam demonstrar um medo constante do cancelamento. O sentimento de rejeição aumenta ainda mais quando esses participantes fazem parte do camarote.

Para eles, a oportunidade de alavancar carreira, ganhar seguidores e o receio de perder contratos pesam tanto quanto o prêmio de R$ 1,5 milhão na hora de guiar comportamentos e atitudes dentro do reality. A psicóloga Maria Rafart disse que existem estratégias para driblar a dor da rejeição e deu dicas para os futuros brothers e sisters não sofrerem com a cultura do cancelamento.

“O sentimento de rejeição ativa nossos circuitos cerebrais responsáveis por processar a dor. Portanto, nada pode evitar a dor inicial de se sentir rejeitado ou cancelado. No entanto, há estratégias que podem ajudar a processar essa dor: uma autoestima em dia, por exemplo, de certa forma pode amenizar o que os outros pensam de negativo sobre nós. Um trabalho nesse sentido antes de entrar na casa é fundamental para garantir saúde psíquica lá dentro e no pós-reality”, explicou a especialista, que completou:

“Algumas pessoas possuem maturidade para absorver impactos e mesmo assim seguir adiante, é o que chamamos de pessoas resilientes. Trabalhar a própria capacidade de absorver impactos sem muitos danos seria a primeira coisa a ser trabalhada. Assim como a fama é transitória, os cancelamentos também são. A pessoa psiquicamente madura sabe dessa transitoriedade”.

Segundo Maria Rafart, saber seu próprio lugar de fala, suas falhas e seus próprios valores é o que tornou muitos candidatos vencedores. “O público gosta de quem se conhece, quem sabe os próprios limites e os desafia. Além disso, a autoestima em dia pode ajudar muito nos momentos difíceis de conflitos de convivência na casa”.

No BBB 21, por exemplo, o que os participantes mais fizeram na primeira semana foi sentir medo de falar demais e desagradar o telespectador. A psicóloga disse que esse receio é muito comum, por que hoje em dia o público está muito atento às falas que sejam ofensivas, não só às ditas minorias, mas ao politicamente incorreto em geral. 

“Uma boa repassada nos temas sensíveis pode ajudar. No mais, falar sobre os próprios erros e ‘podres’ pode ser até benéfico, como aconteceu com Rico na edição de A Fazenda”, indicou Maria Rafart.

Cancelamento x Crime no reality show

O BBB completou 20 anos. Ao longo desse período, houve situações que extrapolaram o cancelamento. Casos de assédio, intolerância religiosa e agressões já foram motivos para a polícia visitar a casa mais vigiada do Brasil. Para o advogado José Estevam Macedo Lima, especialista em direito do entretenimento, o fato do público não aprovar o comportamento de um ou outro participante, não dá o direito deles usarem as redes sociais para atacá-los. 

“A internet não é uma terra sem lei. É importante ter responsabilidade e cautela ao se manifestar nas redes. A liberdade de expressão não serve de escudo para a prática de atos ilegais e moralmente vedados. Nem tudo é liberdade de expressão, há um limite que ultrapassado implica em violação. As condutas que se enquadram nos tipos penais descritos nos crimes contra a honra e também na injúria racial devem ser levadas à análise do Poder Judiciário e não devem ser justificadas pela liberdade de expressão”.

Dr. Estevam, que também é presidente da Comissão de Defesa ao Direito de Liberdade de Expressão da Anacrim-RJ, ainda disse que as pessoas que se sentirem atingidas por comentários que tenham um cunho difamatório e inverídico devem denunciar.

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