A situação continua bastante tensa no caso envolvendo Marcius Melhem e as acusações de assédio contra o humorista. Desde que saiu da TV Globo, ele continua em uma constante briga judicial.
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Em agosto de 2021, o ex-diretor de humor da emissora dos Marinho, foi acusado pelo jornalista João Batista Jr., da revista Piauí, de tentar censurar a publicação de uma matéria com novas denúncias de assédio.
“Desde o dia 12 de agosto, a Piauí está proibida de publicar uma reportagem sobre os desdobramentos do caso Marcius Melhem, o humorista acusado de assediar sexualmente pelo menos oito mulheres, todas colegas de trabalho“, disse o profissional.
“No dia 5 de agosto, quinta-feira, entrei em contato com a assessora de imprensa Isabela Abdala, contratada por Melhem em dezembro do ano passado para lidar com as denúncias de assédio sexual. Contei as revelações que havia apurado e pedi uma entrevista com o humorista, ou seus advogados“, continuou.
“Abdala pediu que as perguntas fossem enviadas por escrito. Mandei seis questões e dei um prazo de cinco dias para receber as respostas. Enquanto negociava mais tempo para responder à Piauí, Marcius Melhem, por meio de seus advogados, entrou na Justiça pedindo que a revista fosse submetida à censura prévia e, assim, impedida de publicar a reportagem em apuração“, afirmou João.
Processo complicado e que levou meses
Na época, a revista havia informado que a juíza da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, Tula Correa de Melo, havia estabelecido a “suspensão, pelo tempo que durarem as investigações, da publicação de matéria na revista piauí ou seu respectivo site”, com multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da sentença.
Enquanto isso, Marcius havia negado as novas acusações nas redes sociais. “Piauí e seu repórter mentem mais uma vez. É MENTIROSA e COVARDE a afirmação de que pedi que a revista Piauí fosse censurada! Mais uma vez, João Batista Júnior usa de mentiras pra tentar comprovar sua tese de que sou um assediador. MENTIU na primeira matéria e MENTE de novo!“, afirmou.
“Ele quer vazar uma investigação que – nesse momento – só tem acusação. E me manda perguntas que a Justiça me proíbe de responder. Tem como a cilada ficar mais clara? Duvido que se lá estivessem as minhas respostas e provas, João Batista publicaria nova matéria“, acrescentou.
“Em NENHUM MOMENTO meus advogados pediram censura à revista. Pedimos mais tempo de resposta para consultar o que poderíamos dizer à revista. A juíza tomou as medidas de preservação do sigilo que julgou necessárias e manteve nossa PROIBIÇÃO de divulgar mensagens e provas“, continuou o humorista.
“Se a Justiça determinou sigilo, eu estou respeitando o que a justiça determina, inclusive o sigilo pedido pela Piauí. Mas não tenham dúvida de que assim que for possível virei à público mostrar toda a VERDADE. Não tenham a menor dúvida”, concluiu Melhem.
Justiça autoriza a divulgação da matéria
Depois de uma decisão do Ministro Gilmar Mendes, do STF, a revista publicou nesta segunda-feira (14), a reportagem sobre uma outra acusação de assédio envolvendo o ex-diretor da TV Globo.
A publicação detalha um outro episódio de assédio, quando Marcius teria agarrado e tentado beijar uma atriz à força, num flat no Rio de Janeiro. Porém, o nome da vítima ainda segue em segredo de justiça, assim como das outras que também denunciaram.
De acordo com informações da revista, Melhem teria pedido para tomar banho no quarto da colega de elenco do Tá No Ar, programa extinto da emissora. Isso aconteceu antes de uma confraternização, mas a moça estranhou o pedido.
Chegando no local para tomar banho, o humorista teria aparecido de toalha e segundo a revista, excitado. Foi nesse momento em que ele teria partido para tentar beijar a atriz. A reportagem também expõe uma conversa de WhatsApp entre os dois, que aconteceu dias depois.
A troca de mensagens está no processo que ainda segue em investigação.