Despedida

Fantástico homenageia Elza Soares, a sobrevivente que se tornou um símbolo de resistência

Fantástico deste domingo presta homenagens à cantora que morreu na última quinta-feira

Publicado em 21/01/2022

Mulher preta, nascida em uma favela no Subúrbio do Rio de Janeiro, no início da década de 1930. Casada aos 12 anos, mãe aos 13 e viúva aos 15. Pobre a ponto de revirar o lixo atrás de comida.

Desde cedo Elza Soares foi uma sobrevivente. Em 91 anos ressurgiu inúmeras vezes. Superou a perda de quatro filhos, da mãe, em um acidente de carro no qual Garrincha, seu marido na época, dirigia o veículo. Recriminada de diversas formas pela sociedade. Inclusive em relação ao amor. Sempre encarou os problemas de frente. Uma resistente.

Elza Soares morreu esta semana bem a seu jeito. Dentro de casa, na companhia de quem esteve ao seu lado nos últimos anos. Uma personalidade explosiva e intensa nos palcos, mas reservada fora deles. Talvez não tenha sido sempre assim. Mas foi uma das formas que encontrou de encarar os percalços.

A cantora do milênio, eleita pela BBC, saiu de cena como uma das maiores figuras que a música popular brasileira já apresentou ao mundo. No Fantástico deste domingo várias homenagens serão prestadas a quem conquistou a juventude nas últimas décadas de sua vida, com a coração e o talento para se reinventar quantas vezes fosse necessário. 

A repórter Tábata Poline ouviu artistas e amigos que viram de perto a luta de Elza ao longo desta caminhada de mais de nove décadas. Visitou lugares que fizeram parte da história e ajudaram a formar a forte personalidade da cantora, como o bairro de Padre Miguel, onde passou a sua infância no Rio de Janeiro. Elza Soares virou fonte de inspiração para jovens negras, como a cantora Agnes Nunes, uma das entrevistadas no material; de lutas femininas, da fé e da negritude.

Em 2020 foi homenageada pela Mocidade Independente de Padre Miguel, inspirando o samba-enredo da escola no Carnaval. O programa deste domingo também vai mostrar depoimentos inéditos da cantora que foram registrados para a série original Globoplay, ‘Elza & Mané – Amor por Linhas Tortas’, que será lançada nos próximos meses. O repórter Ernesto Paglia entrevistou a diretora Caroline Zilberman, que faz parte do Esporte da Globo e idealizou o projeto, e Rafael Pirrho, que assina o roteiro ao lado da própria Caroline.

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