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No dia de Tiradentes, relembre representações da Inconfidência Mineira na teledramaturgia brasileira

Carlos Zara, Cláudio Cavalcanti e Francisco Cuoco viveram o personagem histórico

Publicado em 20/04/2022

O dia 21 de abril é feriado nacional. Muita gente nem sabe por que razão. Nesta data, em 1792 – portanto, há 230 anos -, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, de apelido Tiradentes, foi enforcado e esquartejado na cidade de Vila Rica, hoje Diamantina, em Minas Gerais, por ser o líder do movimento conhecido por Inconfidência Mineira, que defendia a independência do Brasil, então colônia portuguesa, em razão de uma série de insatisfações.

O dia é feriado também porque nesta data, em 1960, foi inaugurada uma nova capital para o País, Brasília, obra do governo do presidente Juscelino Kubitschek em seu plano de desenvolver o Brasil “50 anos em cinco”, mas essa é outra história.

A teledramaturgia não costuma visitar com frequência o final do século 18 em suas tramas, nem isso era comum quando a tônica dos enredos era mais fantasiosa e descompromissada com a realidade – anos 1960, com alguns resquícios na década seguinte. Mesmo assim, Tiradentes foi personagem de duas novelas, com simbologia curiosa em relação à vida real dos espectadores em suas épocas de exibição.

Em 1969, Ivani Ribeiro estreou sua décima terceira novela seguida para o horário das 19h30 da TV Excelsior, e escolheu para protagonista da história justamente Tiradentes. Inspirada numa célebre frase atribuída ao mártir da Inconfidência, que a teria dito pouco antes de morrer em punição por trair a Coroa (“Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria, para salvar as deles!”), a novelista batizou o novo projeto de Dez Vidas, e o primeiro capítulo foi ao ar em agosto.

Em 2016, a última produção da faixa das 23h da Globo a ser chamada de novela até aqui também localizou sua trama na época da Inconfidência e pouco depois dela.

Liberdade, Liberdade, de Mário Teixeira com argumento de Márcia Prates, tinha início justamente em 1792, quando Joaquim José da Silva Xavier (Thiago Lacerda) foi perseguido e morto devido a sua participação no movimento revoltoso.

O que ninguém sabia é que ele havia tido uma filha com Antônia (Letícia Sabatella): Joaquina (Mel Maia). A menina é adotada por Raposo (Dalton Vigh), um simpatizante do movimento inconfidente, e levada para a Europa.

Anos depois, em 1808 – época da vinda da Família Real portuguesa para cá –, ela retorna ao Brasil sob outra identidade, Rosa, a fim de não sofrer retaliações por ser filha de quem é, e se torna alvo do amor de Rubião (Mateus Solano) – justamente o homem que traíra seu pai e o levara à morte –, hoje intendente de Vila Rica.

Para desenvolver o argumento da novela Márcia Prates baseou-se num romance de Maria José de Queiroz intitulado Joaquina, Filha do Tiradentes.

Dirigida por Vinícius Coimbra, Liberdade, Liberdade foi exibida de abril a agosto, e teve em seu elenco ainda as presenças de Bruno Ferrari, Nathália Dill, Marco Ricca, Maitê Proença, Zezé Polessa, Juliana Carneiro da Cunha, Lília Cabral, Caio Blat, Ricardo Pereira e Lu Grimaldi, entre outros.

Logotipo do especial Tiradentes Nosso Herói, de 1984 (Reprodução)

Ainda, a título de curiosidade, Francisco Cuoco interpretou Tiradentes numa participação especial em Saramandaia (1976), de Dias Gomes, quando o alferes foi encontrado pelo professor Aristóbulo (Ary Fontoura) numa das andanças que fazia em suas noites de insônia.

Por fim, Cláudio Cavalcanti deu vida ao personagem histórico em Tiradentes, Nosso Herói, especial exibido na Sexta Super em 20 de abril de 1984.

Com roteiro de Lafayette Galvão e direção de Augusto César Vannucci, o programa teve como proposta falar sobre a Inconfidência Mineira para o público infantojuvenil e seguiu a trilha de outros projetos do diretor como Pirlimpimpim (1982) e Plunct, Plact, Zuuum… (1983).

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