In Memoriam

Artista de vários talentos, Arnaud Rodrigues marcou uma geração como Soró em Pão-pão, Beijo-beijo

Além das atuações, roteiros de TV e letras de música também fazem parte de sua galeria de trabalhos

Publicado em 31/08/2022

Cantor, compositor, ator, humorista e redator de programas de humor: Antônio Arnaud Rodrigues era tudo isso, e sempre com sucesso em áreas tão distintas do fazer artístico. Nascido em Serra Talhada (PE) em 6 de dezembro de 1942, o artista está no ar no Canal Viva com um de seus trabalhos mais lembrados: o batalhador Soró da novela Pão-pão, Beijo-beijo.

Soró é o grande amigo tanto do protagonista misterioso, Ciro (Cláudio Marzo), quanto do menino Geninho (Paulo Vignolo), neto mais novo de Mamma Vitória (Lélia Abramo), a matriarca italiana que emprega os dois depois que eles se envolvem num acidente de trânsito provocado por uma de suas netas, Bruna (Elizabeth Savala).

Soró (Arnaud Rodrigues) em Pão-pão, Beijo-beijo
Soró (Arnaud Rodrigues) em Pão-pão, Beijo-beijo

A dupla formada por Soró e Geninho em Pão-pão, Beijo-beijo atraía bastante o público infantil, que se identificava até mais com o migrante nordestino do que com o italianinho. Bastante esperto, embora de pouca instrução, e companheiro de brincadeiras de Geninho, Soró parecia tão criança quanto o garoto, filho de Loreta (Renata Fronzi) e Guido (Mário Benvenutti).

Em novelas, Arnaud Rodrigues fez poucos trabalhos, mas bastante lembrados pela audiência. Além de Soró, o ator deu vida ao Mister Soul de Partido Alto (1984), de Aguinaldo Silva e Glória Perez, e ao cego Jeremias, cantador da praça principal de Asa Branca e que via mais do que muita gente que não era cega, em Roque Santeiro (1985/86), de Dias Gomes, com coautoria de Aguinaldo.

As minisséries Lampião e Maria Bonita (1982) e Bandidos da Falange (1983), ambas escritas por Aguinaldo Silva (a primeira, com Doc Comparato) também contaram com Arnaud no elenco.

Mas foi a linha de shows, mais precisamente os programas humorísticos, que deram chance para que Arnaud Rodrigues brilhasse, tanto atuando quanto escrevendo. Durante a década de 1970, o artista formou uma frutífera parceria com Chico Anysio, em atrações como Linguinha X Mr. Yes, Chico City e Azambuja & Cia., e participou do desenvolvimento de personagens marcantes.

Também com Chico Anysio, Arnaud formou a dupla musical Baiano e Os Novos Caetanos, paródia de Caetano Veloso e dos Novos Baianos. Na opinião de Chico, falecido em 2012, Arnaud era “o melhor redator de humor do País”.

Entre os anos 1990 e 2000, Arnaud fez parte do elenco de comediantes de A Praça É Nossa, no SBT. Xitãoró (da dupla com Chorãozinho – Marcelo de Nóbrega), o mulherengo Coronel Totonho e o sofrido Povo Brasileiro foram alguns de seus personagens.

Arnaud Rodrigues faleceu em 16 de fevereiro de 2010, aos 67 anos, depois que o barco em que estava com sua família na cidade de Lajeado (TO) virou durante uma tempestade. O ator havia se mudado para o estado alguns anos antes, e dedicava-se também ao futebol, como dirigente do Palmas Futebol e Regatas.

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