Antonio Fagundes é visto atualmente na reprise de O Rei do Gado. Grande estrela da trama, o ator é aclamado pelo público, tanto que brilhou em várias novelas. Bem cotado, foi até emprestado para outra emissora, fato que deixou a Globo preocupada.
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Após aceitar que o veterano fizesse um trabalho em uma concorrente, o canal acabou se arrependendo. No caso, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que esteve em vários cargos de direção na Globo durante trinta anos.
Tudo aconteceu na década de 1990, quando Fagundes foi convidado para estrelar a série Mundo da Lua, da TV Cultura. Na produção, ele interpretou o pai do protagonista Lucas Silva e Silva (Luciano Amaral).
Sucesso de ibope e arrependimento
Fagundes viveu o professor Rogério na trama, um personagem metódico que tinha três empregos. Além disso, ele era o principal conselheiro de seu filho, que sempre se teletransportava para o “mundo da lua”.
Com uma boa relação com a Cultura, o ator topou o convite para a série, mas precisou pedir permissão para a Globo, já que era contratado da emissora carioca. “Fui pedir ao Boni, que era quem mandava, e ele falou: ‘Vai, pode fazer!’ E eu fiz…”, contou o veterano ao UOL.
Todavia, Mundo da Lua fez um sucesso estrondoso, surpreendendo a própria Cultura. Assustado, o diretor da Globo ficou até arrependido de liberar o ator.
“O programa foi ao ar e logo depois, fui chamado. O Boni falou, ‘está dando muito ibope! Está atrapalhando a gente aqui’. O programa fazia muito sucesso e acabou chamando atenção, mas isso não impediu que me liberassem”, revelou Fagundes.
A série teve 52 episódios e foi gravada ao mesmo tempo em que o artista protagonizava a novela O Dono do Mundo. Na trama, ele viveu um homem intragável que não caiu nas graças do público, ao contrário de seu personagem na produção da Cultura.
Tanto nessa quanto em outras novelas, Antonio Fagundes tinha um acordo com a Globo. Gravava por três dias e depois era liberado para outros compromissos, pacto que acabou em 2020 e culminou no fim do contrato do veterano com a emissora.
“Era um exercício fascinante como ator. Saía de um universo completamente malévolo [em ‘O Dono do Mundo’] para aquela coisa pura, gostosa e cheia de energia”, relembrou o protagonista de O Rei do Gado.