Novidade

De problema a fenômeno: veja curiosidades sobre a novela América, que chega ao Globoplay

Trama de Gloria Perez demorou para engrenar, mas conquistou o público

Publicado em 24/04/2022

A novela América chega ao Globoplay nesta segunda (25). A trama escrita por Gloria Perez foi ao ar em 2005 e nunca foi reprisada pela TV.

Grande sucesso de audiência, possui a marca de segunda maior média da década, perdendo apenas para Senhora do Destino. Todavia, demorou para a história engrenar.

O drama de Sol (Deborah Secco) tinha ares de novidade, com as tentativas de uma brasileira em viver nos Estados Unidos. Para isso, porém, ela usou meios ilegais.

Carregada de sofrimento, a protagonista não agradou logo de cara, tamanho o drama de sua trajetória, que mudou quando finalmente ela alcançou seu sonho.

Entretanto, reviravoltas em meio à decisão de ficar com seu grande amor no Brasil e se casar com um norte-americano permearam a mocinha.

Deborah Secco viveu Sol em América (Reprodução/Globo)
Deborah Secco viveu Sol em América ReproduçãoGlobo

O cenário dos rodeios

Por outro lado, o cenário dos rodeios no interior do país, permeado por Tião (Murilo Benício), muito diferente de Sol, mas totalmente apaixonado pela moça.

Rotinas, crenças e costumes deve universo foram tratados na novela, com destaque para o temido boi Bandido, que quase culminou na morte de Tião na reta final da trama.

Além do protagonista, uma série de personagens se destacaram nesse núcleo. A viúva Neuta (Eliane Giardini), era madrinha de Sol e uma figura emblemática nesse cenário.

Assim como a paixão por um peão mais novo, ela precisou lidar com a homossexualidade do filho. Junior (Bruno Gagliasso) se descobriu gay e precisou encarar o preconceito. Ele se apaixonou por Zeca (Erom Cordeiro) e os dois ficaram juntos, mas o tão esperado beijo entre os rapazes acabou cortado pela Globo.

Deborah Secco e Murilo Benício como Sol e Tião em América (Divulgação / Globo)
Deborah Secco e Murilo Benício como Sol e Tião em América Divulgação Globo

Temas espinhosos

América tratou de temas espinhosos típicos das obras de Gloria. Além da homossexualidade, a cleptomania foi descoberta pelo público por meio de Haydée (Christiane Torloni).

Envolta em sua condição pouco conhecida, ela vivia conflitos com a filha Raíssa (Mariana Ximenes), que descobriu um mundo novo além dos muros do seu condomínio e passou a frequentar bailes nas comunidades.

Por outro lado, Glauco (Edson Celulari), cansado do casamento, acabou se envolvendo com Lurdinha (Cleo Pires), uma moça praticamente adolescente que o chamava de “tio”.

A imigração ilegal também teve foco em América, sobretudo na ação das gangues que atravessam pessoas na fronteira do México com os Estados Unidos. Sol foi uma delas e caiu na conversa de Alex (Thiago Lacerda), mas a grande bandida da história era Djanira (Betty Faria).

Por fim, cultura dos Estados Unidos, pedofilia e deficiência visual também foram temas abordados na trama. Bruna Marquezine, por exemplo, encarou Maria Flor, uma menina cega que é amparada por Jatobá (Marcos Frota).

Deborah Secco e Caco Ciocler em América (Renato Rocha Miranda/Globo)
Deborah Secco e Caco Ciocler em América Renato Rocha MirandaGlobo

Desentendimentos e mudanças

Quem vê sucesso pouco se lembra que América foi uma novela-problema. O início parecia promissor, mas afugentou o público.

Substituta do fenômeno Senhora do Destino, a trama de Gloria Perez demorou para conquistar os telespectadores. Para isso, foram necessárias mudanças.

De soturna, a história se tornou mais solar e “otimista”. Para se ter ideia, até o tema de abertura mudou, trocando as lástimas de Milton Nascimento por uma música “farofa” de Ivete Sangalo.

Segundo Gloria Perez, os desentendimentos com o diretor Jayme Monjardim foram constantes. A autora disse em uma live que o profissional queria dar um “tom de cinema” para a trama. Ela não concordou.

Jayme acabou deixando o projeto e foi substituído por Marcos Schechtman. Gloria também deu mais ênfase aos núcleos paralelos e deixou Sol mais extrovertida e menos sofredora.

Pouco comum na década de 2000, América ganhou um relançamento e felizmente a trama engrenou. A média de audiência foi de 49 pontos.

Neusa Borges e Bruna Marquezine em América (Reprodução/Globo)
Neusa Borges e Bruna Marquezine em América ReproduçãoGlobo

Problemas de escalação

Por fim, questões de escalação deram o que falar. Deborah Secco não era a primeira opção para viver Sol. A autora queria Cláudia Abreu, mas a atriz recusou. Depois, Mariana Ximenes declinou do papel para interpretar Raíssa.

Monjardim quase colocou Camila Morgado como protagonista, mas Gloria optou por Deborah e deixou Camila como a grande vilã. A saber, outras atrizes também fizeram testes para interpretar Sol, como Danille Winits, Giovanna Antonelli e Regiane Alves.

Duas cantoras estariam na trama, mas foram cortadas. Wanessa Camargo não passou nos testes e Preta Gil foi descartada sem maiores explicações.

May (Camila Morgado) e Sol (Deborah Secco) em América (Globo/João Miguel Júnior)
May Camila Morgado e Sol Deborah Secco em América GloboJoão Miguel Júnior

Alinne Moraes seria Lurdinha, mas preferiu protagonizar a fracassada Como Uma Onda. Já Bianca Rinaldi recusou o papel de Heloísa para fazer A Escrava Isaura na Record TV. Com isso, a personagem ficou com Simone Spoladore.

América foi uma das últimas novelas de Rodrigo Faro, hoje um renomado apresentador. A trama lançou o ator estadunidense Lucas Babin, peão que dá um golpe em Sol. A novela contou com diversas participações especiais, como Taís Araújo vivendo Nossa Senhora Aparecida, que surgia nos sonhos de Tião.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade