
Readaptar uma novela, ainda mais um grande clássico, não é uma tarefa simples. Se antes os remakes eram mais populares, atualmente as emissoras estão mais criteriosas com esses produtos.
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Na Globo, está confirmada a nova versão de Pantanal, trama inesquecível que foi ao ar pela Manchete. As expectativas são altas devido à produção refinada, mas ainda há dúvidas sobre o sucesso da adaptação.
De fato, a emissora não quer repetir a má sorte com outras obras. Infelizmente, alguns remakes de novelas fracassaram. Listamos 5 casos.
Pecado Capital
A versão original de Pecado Capital foi ao ar em 1975 e estreou recentemente no Globoplay. A clássica história de Janete Clair se tornou um grande “patrimônio da teledramaturgia”, eternizada por Francisco Cuoco e Betty Faria.
Vinte e três anos depois, ganhou uma readaptação por meio de Gloria Perez. A novela foi ao ar às 18h e contou com novos personagens e histórias inéditas.
Francisco Cuoco, que havia sido Carlão na primeira versão, voltou para interpretar Salviano, papel de Lima Duarte. Já os protagonistas foram vividos por Eduardo Moscovis e Carolina Ferraz.
Mas a química do casal ficou em Por Amor, trama anterior em que fizeram par romântico. Além disso, a nova roupagem na história não agradou o público, acostumado a histórias mais leves no horário.
Pecado Capital terminou com média de audiência considerada baixa para o horário. É uma adaptação pouco lembrada e que não dá saudade. Para se ter ideia, chegou a ser cotada para reprise no Canal Viva duas vezes, mas foi descartada após reclamações dos telespectadores.

Guerra dos Sexos
A novela pastelão de Silvio de Abreu era engraçada na década de 1980. Vinte anos depois, se tornou tosca e desnecessária. Em plena década de 2010, focar em rivalidade feminina e masculina já estava “fora de moda”.
Guerra dos Sexos ganhou uma nova versão em 2012, com Irene Ravache e Tony Ramos nos papéis principais. Mas nem os veteranos conseguiram fazer a trama acontecer, assim como o elenco digno de horário nobre.
Abreu escalou grandes estrelas para a sua obra, como Gloria Pires, Edson Celulari, Mariana Ximenes e Drica Moraes. Mesmo assim, a novela não agradou e amargou péssimos índices, derrubando a audiência da faixa após o sucesso de Cheias de Charme.

Saramandaia
A nova versão do clássico da década de 1970 foi ao ar às 23h, nova faixa de novelas da Globo. A emissora queria aproveitar o sucesso das antecessoras, Gabriela e O Astro.
Mas Saramandaia não repercutiu tanto, apesar da produção luxuosa e de cenas inesquecíveis, como a explosão de Dona Redonda (Vera Holtz). Carregada de realismo fantástico, não gerou tanto interesse.
A audiência do remake foi baixa, mesmo sendo uma história curta, com pouco mais de 50 capítulos. No ano seguinte, a Globo insistiu em readaptações com O Rebu, mas depois abriu o horário para tramas inéditas. A primeira, Verdades Secretas, foi um fenômeno.

Dona Xepa
Em 2013, a Record TV recorreu ao remake de uma trama batida, porém popularesca. Dona Xepa já tinha sido adaptada por Gilberto Braga e exibida pela Globo em 1977. Além disso, a história serviu de pano de fundo para outras tramas, como Lua Cheia de Amor, na década de 1990.
A obra foi lançada em uma versão enxuta, com 91 capítulos. Entretanto, ficou aquém das últimas novelas da emissora e perdeu para o SBT em várias ocasiões. O elenco, encabeçado por Ângela Leal, era renomado, mas os atores não conseguiram fazer a trama engrenar.

Uma Rosa com Amor
O SBT tentou retomar a clássica história de Vicente Sesso, exibida pela Globo em 1972. Mesmo com Carla Marins e Betty Faria no elenco, a nova versão de Uma Rosa com Amor “flopou”.
Embora tivesse uma história clássica de novela, com drama e conflitos típicos do gênero, passou longe da audiência esperada pelo canal.
Na época (2010), o SBT queria bater de frente com a Record TV, que estava nas alturas com suas novelas. Mas o plano foi mal sucedido e a trama passou longe dos esperados dois dígitos. A média geral foi de 6 pontos na Grande São Paulo, ruim para a emissora.
