Defesa das mulheres

“Ser Luiza Brunet não me protegeu”, relembra modelo sobre violência doméstica

A também atriz e empresária é uma das vozes da campanha O Normal é que Te Amem, do canal Lifetime

Publicado em 22/11/2021

Desmitificando que a mulher famosa e bem sucedida não está livre de sofrer violência doméstica, Luiza Brunet é hoje uma importante voz em prol dos direitos femininos.

Ser a Luiza Brunet não me protegeu”, ela afirma, categoricamente.

Vítima ela mesma de violência física, num episódio de bastante repercussão com seu ex-marido (o empresário Lírio Parisotto), a modelo, atriz e empresária participa da campanha que o canal Lifetime promove neste mês.

A campanha O Normal é que te Amem é direcionada a toda a América Latina, numa luta contra a violência cometida contra mulheres.

Luiza Brunet, em entrevista virtual promovida pelo Lifetime da qual a coluna participou, relembrou o calvário por que passou

Quatro costelas quebradas e rosto irreconhecível. Senti medo e vergonha e decidi quebrar o ciclo e falar”, afirmou.

Mas a história de violência na vida de Luiza Brunet, vinda à tona quando ela tinha 54 anos, na verdade começou muito antes.

Ela conta que vivenciou muito a violência doméstica em casa desde a infância.

A violência foi se estendendo ao longo da vida” conta Luiza Brunet que, aos 12 anos, já se viu vítima.

Casou-se cedo, aos 16 anos, com a finalidade de começar a trabalhar.

Ela lembra que foram vários os piores momentos que viveu.

Luiza Brunet tem viajado pelo Brasil, ouvindo histórias muito mais violentas do que as suas.

Entre as sugestões que dá às mulheres, a modelo cita a independência financeira.

É muito importante para não suportar um lar violento. Tenho fomentado para que as mulheres consigam seu passaporte para uma nova vida”, incentiva.

Para a mãe de Yasmin Brunet, 33, e Antonio, 21, conscientização e punição são importantes.

“Tem de ter comunicação entre pais e filhos por conta de saber se tem abuso”, ela alerta.

Um vídeo da campanha estrelada pela modelo pode ser vista a seguir:

A campanha conta com outros nomes, como as ativistas mexicanas Zundury e Karla Jacinto, vítimas de violência, tráfico humano e exploração sexual.

Há também a participação da psicóloga brasileira Giselle Prado, criadora da plataforma Violência à Meia-noite.

Programação

Campanha Lifetime
Campanha O Normal É Que Te Amem do canal Lifetime Foto Divulgação

A campanha do Lifetime vai até 25 de novembro, Dia Internacional do Combate à Violência Contra a Mulher, com uma programação especial.

Também os demais canais do grupo A+E Networks (Lifetime, A&E, History e History2) veicularão peças da campanha.

A programação do Lifetime inclui filmes e documentários baseados em fatos reais ao longo desta semana: Torturada Pelo Próprio Pai (dia 23), Além das Notícias: Jennifer Dulos (24), Desaparecida? (24), Aly Raisman: Uma Luz no Fim do Túnel e Minha História (25).

A mensagem que o Lifetime quer transmitir é que toda mulher merece respeito e pode contar com um grupo de apoio, com seus amigos, família e organizações especializadas, para refazer sua vida junto às pessoas que a valorizam e a amam”, afirma Karen Santiago, diretora de Conteúdo e Comunicação do Lifetime.

Sobre a violência de gênero

Segundo a ONU Mulheres, em escala mundial, incluindo o período anterior ao começo da pandemia de Covid-19, uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual, em sua maioria, por parte de seu parceiro.

O confinamento obrigou as mulheres a ficarem presas com seus abusadores, segundo a OEA CIM (Comissão Interamericana de Mulheres).

No Brasil, de acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, sob encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada em junho deste ano, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência em 2020, durante a pandemia.

Em números, significa que aproximadamente 17 milhões de mulheres foram vítimas de violência física, psicológica ou sexual.

Ainda, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 1.350 casos de feminicídios em 2020 no país, um a cada seis horas e meia.

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