Gratuita, a TV aberta depende de resultados de audiência e de anúncios. Sob este prisma, a estreia do Caldeirão com Marcos Mion,neste sábado (4) na TV Globo, contou com o prestígio da audiência (foi líder no horário), da crítica que o elogiou e, principalmente, dos anunciantes.
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A julgar pelas ações dos patrocinadores durante o programa, a atração também já começou com bons contratos na área comercial.
Marcos Mion até brincou no começo do programa com uma suposta falta de orçamento da produção: “Não tenho um milhão para dar de prêmio toda a semana”.
Mas o que se viu nesse programa inicial foi a presença marcante de anunciantes, não apenas durante os comerciais tradicionais do intervalo, mas também no chamado conteúdo de marca.
É um tipo de merchandising mais discreto, inserido na atração de forma a se integrar ao seu conteúdo.
Dois deles apareceram de forma mais marcante: a saudação de boas vindas do jogador Neymar ao apresentador e o comercial do banco Santander analisado no quadro Isso a Globo Mostra.
O recado de Neymar foi uma ação patrocinada pela Above, que tem o jogador como embaixador da marca. A Above já tinha patrocinado provas com os participantes durante o BBB21.
Neymar estampa até embalagens de uma linha do desodorante com sua foto. De leve, no final, Marcos Mion fez um agradecimento ao patrocinador por ter entrado no programa.
Já no esperado quadro Isso a Globo Mostra, onde Marcos Mion faz suas melhores tiradas, entre uma cena de arquivo e outra, veio a “análise” do comercial do banco Santander estrelado por Gil do Vigor.
Marcos Mion tratou de examinar satiricamente as olhadas do ex-BBB para fora das câmeras durante o filme publicitário, uma jogada que foi proposital e que fazia parte da campanha do banco.
Falou-se muito na estreia do comercial que ele tinha sido dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles, mas a informação nunca foi confirmada pela produção.
Bancos são comumente ligados a situações difíceis do dia a dia: pagamentos, falta de dinheiro, busca de crédito etc. Assim, na sua publicidade, todos eles buscam se ligar a fatores emocionais para se aproximar do público.
O fato é que o Santander apareceu na atração dentro de um conteúdo divertido e com destaque para o tema do open banking, uma modalidade que está para estrear no sistema bancário.
Há ainda dentro do Caldeirão uma ação promocional da marca Ypê, que dará prêmios. Neste caso, é um formato de merchandising convencional, sem relação direta com o conteúdo do programa.
Atrações de peso
Como se viu nesta estreia, se o sucesso do programa também se refletir na sua estratégia comercial, pode-se esperar vida longa a Marcos Mion na Globo.
Carismático, divertido e cheio de vontade, o apresentador esbanjou seu domínio de palco e de microfone e tem tudo para continuar com os bons resultados.
As atrações foram bem escolhidas, desde os artistas nos jogos (Tem ou Não Tem, Sobe o Som), até as atrações musicais.
Os hits dos Barões da Pisadinha, AnaVitória, Mumuzinho e a cultuada Gretchen – numa versão repaginada, tipo colegial de tênis e sem salto alto, acompanhada de saxofonista — caíram bem numa tarde de sábado.
Sem choradeira, sem assistencialismo ou exploração de pobreza, o novo Caldeirão com Marcos Mion nos ajuda por quase duas boas horas a esquecer um pouco da depressão de um mundo enroscado em crise e pandemia.
Marcos Mion é um grande talento desde que despontou para esse tipo de atração, há mais de 20 anos, na antiga MTV Brasil dos tempos em que pertencia ao Grupo Abril.
Em 2000, ele ganhou o troféu APCA de melhor apresentador de televisão daquele ano.
Ao que tudo indica, a era de Marcos Mion como apresentador na TV Globo está apenas começando. Muito sucesso, porque talento ele tem de sobra.