De olho nelas

Pandemia piorou autoestima das mulheres, aponta pesquisa do Kantar Ibope Media

Elas sofrem pressão das tarefas domésticas, cuidados com filhos e idosos e são mais afetadas pelo desemprego

Publicado em 10/05/2021

Além de todo o impacto na sociedade, a pandemia piorou a autoestima das mulheres no Brasil. Apenas 21% delas sentem que seu nível de autoestima é superior à média das outras pessoas – esse índice é de 38% para os homens.

É o que mostra estudo da Kantar Ibope Media. Conforme explicou Adriana Favaro, Diretora de Desenvolvimento de Negócios, essa percepção das mulheres vem “associada à pressão de assumir tarefas domésticas, cuidado dos filhos, dos idosos, além de serem as mais prejudicadas em termos de emprego no mercado de trabalho”.

De acordo com a diretora do Kantar Ibope Media, cabe às marcas agora verem como podem ajudar nesse aspecto: “Nós estamos vendo muitas marcas responderem de forma ágil e também veículos empenhados”. Ela citou o próprio BBB como um momento para os veículos de comunicação poderem entregar para as marcas ambientes importantes para as causas.

O programa da TV Globo foi palco de muitas ações de marcas em prol de causas. A Avon, por exemplo, fez algumas, como as do dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Sobre a baixa autoestima das mulheres, 14% das entrevistadas dizem que sua autoestima está abaixo da média das outras pessoas – nos homens, esse índice é de 12%.

Quadro autoestima Kantar Ibope Media
Gráficos de estudo do Kantar Ibope Media sobre autoestima

Comunicação das marcas

O estudo foi apresentado pela Kantar Ibope Media na semana passada em seminário na web voltado ao mercado publicitário. Na ocasião, foram mostrados também dados sobre como a pandemia está trazendo novas percepções dos consumidores diante da publicidade e das marcas.

Há também uma nova percepção dos consumidores sobre a comunicação e publicidade das marcas, com os clientes atualmente querendo ver mais empenho social e envolvimento delas com causas. Apenas 28% dos clientes gostariam de ver propagandas normais, como antes da pandemia.

Para a diretora Adriana, o consumidor espera que as marcas tomem uma posição pública. “Ficou evidente a importância das marcas se envolverem em causas sociais”, disse ela, lembrando-se da importância de as empresas promoverem diversidade e inclusão. “A maioria dos consumidores prefere empresas que combatam desigualdade”.

Mercado publicitário

Os dados de mercado mostram que os investimentos publicitários movimentaram mais de R$ 11,2 bilhões no primeiro trimestre de 2021. Este valor é 1,2% menor do que no mesmo período do ano passado e a pequena retração – que pode até ser interpretada como sinal de estabilidade – é explicada pelo impacto em setores mais afetados pelas medidas de contenção ao Covid-19, como o Turismo (-43%), Bebidas (-27%) e Automotivo (-27%).

De outro lado, setores da economia mais ligados às vidas dentro de casa intensificaram a comunicação entre janeiro e março, como Imobiliário (+53%), Telecomunicações (43%) e Eletros & Informática (+36%).

VoD se promove

Ainda, negócios digitais (comércio eletrônico, serviços de delivery, vídeos sob demanda/VoD e mídias sociais) apresentaram crescimento significativo na sua própria publicidade nos últimos meses.

O VoD, ou vídeo sob demanda (inclui as plataformas de streaming como Netflix, Prime Video, Globoplay, Disney+) aumentou os investimentos publicitários em 151% entre janeiro e março de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, passou a apostar também em inserções fora da Internet: 53% a mais.

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