Apoio na crise

Netflix faz doação para desempregados da produção audiovisual

Benefício vai para mais de dois mil trabalhadores autônomos da área, que receberão auxílio de R$ 1,1 mil

Publicado em 15/06/2021

Depois de doar R$ 5 milhões aos trabalhadores da área no ano passado, a Netflix volta a colaborar com o Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (Icab) para auxiliar os profissionais do setor. O objetivo é apoiar a comunidade criativa na retomada gradual da produção audiovisual. A nova doação total é de R$ 3 milhões, para um fundo gerenciado pelo instituto.

O valor vai proporcionar apoio a 2,5 mil trabalhadores e freelancers do setor, afetados pela falta ou diminuição de trabalho por conta da pandemia. Os profissionais são: produtores, assistentes, coordenadores, técnicos e operadores de diferentes departamentos de produção, como câmera, áudio, arte, maquiagem, figurino, cenografia, logística, entre outros.

Será um único depósito no valor de R$ 1.100 para cada profissional cadastrado. Em 2020, o Icab e Netflix deram início à parceria, quando 4,9 mil profissionais foram beneficiados numa primeira rodada.

Há algumas condições para o recebimento do benefício. Não estar trabalhando para nenhuma produção da Netflix é uma delas, nem estar com vínculo empregatício ou com remuneração constante. O auxílio não é válido para quem ganhava salário acima de R$ 8 mil antes da pandemia, nem para quem trabalha com produção audiovisual de áreas como  publicidade, teatro, jornalismo, espetáculos de música, ensino à distância, campanhas políticas, transmissão religiosa, entre outros.

A doação da Netflix para o Icab faz parte dos esforços do fundo global de US$ 150 milhões, anunciado pela empresa para ajuda internacional no ano passado. O fundo foi criado para apoiar  setor audiovisual em países como o Brasil, onde a Netflix tem uma grande base de produção.

No próximo dia 8 de julho, por exemplo, estreia na plataforma uma produção nacional, Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime. A série documental terá quatro episódios e é assinada pela brasileira Boutique Filmes.

Repercussão

Sonia Santana, presidente do Sindcine – sindicato que representa os trabalhadores do segmento do audiovisual -, lembra que no ano passado o primeiro apoio da Netflix já fora recebido com surpresa, já que a empresa direcionava  auxílio aos profissionais que não estavam em suas produções, pois considerava que estes já estariam apoiados automaticamente.

Eu, particularmente, fiquei agradavelmente surpresa com esta atitude .Teve um impacto  financeiro e também emocional, pois não se sabia a extensão da areia movediça em que estávamos .O sindicato atuou para ajudar os técnicos  nas comprovações”, conta ela, que vê com bons olhos esse novo plano de apoio.

O próprio sindicato também teve iniciativas para atuar junto à segurança alimentar dos trabalhadores da área: “Fomos em busca de apoios, usamos nosso fundo social e na publicidade conseguimos buscar muitas doações para a cesta de alimentos de 40 quilos e produtos de higiene. Vimos que somente alimentos não bastaria; havia outras necessidades: remédios, telefones, luz cortada… Foi aí que  resolvemos buscar um fundo que apoiasse estes técnicos e assim fizemos”.

Sonia Santana lembra da iniciativa de outra empresa de streaming:  a Amazon Prime Video, que no início deste ano também deu apoio aos técnicos de produção de conteúdo audiovisual, com o valor do então salário mínimo ( R$ 1.045,00).

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