Violência

Equipes de TV são alvo de seis ataques no feriado de Bolsonaro em SP

Levantamento do Sindicato dos Jornalistas aponta os casos de agressão, a maior parte deles ocorridos no litoral

Publicado em 14/10/2021

O caso do repórter cinematográfico da GloboNews, agredido por um simpatizante do governo no feriado do último dia 12 no Santuário de Aparecida/SP, não foi um fato isolado.

Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), foram no mínimo seis ataques feitos contra profissionais da imprensa durante a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a cidades do interior e litoral do estado durante o feriado de Nossa Senhora da Aparecida.

Cinco dos ataques aconteceram na cidade litorânea do Guarujá/SP.

O Sindicato informa que ao menos três boletins de ocorrência foram registrados.

Ataques

De acordo com o Sindicato dos Jornalistas, na sexta-feira (8), um apoiador do presidente desferiu um tapa no equipamento do repórter cinematográfico da TV Tribuna, de Santos, que fazia cobertura da chegada do presidente. Esse vídeo da TV Tribuna circulou como viral nas redes sociais.

Homem agride equipe
Homem ofende e agride equipe de TV da Tribuna de Santos no GuarujaSP Foto Reprodução

A própria Globo noticiou o ocorrido, no portal G1.

Na segunda-feira (11), conforme relatos recebidos pelo SJSP, por volta de meio dia, um motoqueiro dirigia ao lado do carro da VTV/SBT provocando a equipe com ofensas e chegando a chamar para briga.

No mesmo dia, uma repórter e um cinegrafista da TV Tribuna, de Santos, afiliada da TV Globo na região, foram abordados por um sujeito que foi para cima da repórter, com ofensas.

Para o SJSP, esses ataques são uma violação à democracia e ao direito fundamental à informação. A entidade diz que acompanhará o desenrolar dos casos cobrando respostas das autoridades competentes.

TV Globo

O Jornal Nacional da quarta-feira (13), noticiou o caso ocorrido na véspera com o repórter cinematográfico da GloboNews, Leandro Matozo.

O âncora Wiliam Bonner disse:

A Globo repudia a agressão sofrida por Leandro Matozo, um profissional exemplar, e se solidariza com ele, está tomando as providências legais para apoiá-lo e informa que, nesses casos, segue sempre protocolo para garantir a segurança de seus jornalistas. A Globo continuará a fazer o jornalismo de qualidade que a caracteriza com independência e correção.”

Repórter cinematográfico

repórtr cinematográfico GloboNews
O repórter cinematográfico da GloboNews Leandro Matozo após ser agredido em AparecidaSP por simpatizante do presidente Jair Bolsonaro Fotos ReproduçãoTwitter

No caso do repórter cinematográfico da GloboNews, o agressor foi identificado em ocorrência como sendo o professor Gustavo Milsoni, que trabalha na Escola Estadual Cid Boucault, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

O sindicato dos professores do Estado de São Paulo, Apeoesp, soltou uma nota de total repúdio contra o ato do o professor de matemática.

Diz a nota: “De acordo com informações obtidas na escola na qual o professor ministra aulas, ele mantém uma atitude negacionista frente à pandemia da Covid-19 e se recusa a ser vacinado, representando perigo para a saúde de todos que ali trabalham, estudam e frequentam a unidade”.

A Apeoesp afirma que o professor não faz parte do quadro associativo do sindicato.

Segurança Pública

Sobre o ocorrido com o repórter cinematográfico Leandro Matozo, da GloboNews, o governo de São Paulo divulgou nota de repúdio à agressão, determinado que a Secretaria de Segurança Pública atue com total transparência na apuração do caso.

A nota diz:

“A investigação policial deve ser rigorosa e ágil para que o agressor responda imediatamente à Justiça pela gravidade do ataque cometido não apenas ao cinegrafista, mas também à liberdade de expressão no Brasil“.

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