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Rodrigo Lombardi revela dificuldade para retratar Guimarães Rosa em minissérie da Globo

Ator vive o marido de Aracy de Carvalho, papel de Sophie Charlotte

Publicado em 16/12/2021

Passaporte para Liberdade, minissérie produzida pela Globo em parceria com a Sony, estreia no próximo dia 20 de dezembro na tela da Globo. Rodrigo Lombardi, um dos protagonistas da trama, interpreta o célebre escritor João Guimarães Rosa.

Só que na época em que a produção é retratada, Guimarães Rosa ainda não tinha lançado nenhum de seus livros, que hoje são grandes clássicos da literatura, como Grande Sertão: Veredas. Ele atuava como diplomata brasileiro na Alemanha, justamente quando a Segunda Guerra Mundial eclodia e havia a triste iminência do Holocausto.

Em entrevista, Rodrigo Lombardi fala sobre a dificuldade em retratar o personagem por haver poucos registros históricos e a importância dele na trama que retrata a vida da esposa do escritor, Aracy de Carvalho, encarnada por Sophie Charlotte.

Como você define o João Guimarães Rosa? E a minissérie Passaporte para Liberdade?

Na verdade, pouco se sabe sobre João Guimarães Rosa. Temos apenas alguns vídeos com fragmentos de entrevistas. Achei que ficaria caricato me basear no que vi para construir um personagem, era muito pouco.

Me baseei, então, em suas atitudes e criei um João que amparasse Aracy. Essa sim era sua função na trama. Passaporte para Liberdade é sobre uma mulher forte, que se doou, privando-se dos prazeres pessoais em prol da humanidade.

A produção passou por um período de hiato com a pandemia e precisou passar por adaptações. Quais foram os maiores desafios?

Com a pandemia, João foi o personagem que ficou em mim por mais tempo. Foram oito episódios e mais de um ano estudando diariamente.

O grande desafio disso tudo foi conseguir voltar ao set na mesma temperatura e realizar o trabalho no mesmo ritmo em que paramos. Conseguimos. E ainda mais estudados, o que foi ótimo para todos.

Guardei os óculos de João. Sempre pego algo de meus personagens, mas também tento emprestar algo meu, levar um pouco de mim para ele.

Quais foram os desafios de gravar uma minissérie totalmente em inglês?

A parceria com a Sony veio num ótimo momento, em que as produções estão espalhadas pelo mundo, sem qualquer tipo de barreira.

Hoje podemos assistir a uma produção espanhola falada em inglês, um filme italiano falado em alemão ou uma produção brasileira sobre uma história que se passa na Alemanha, falada em inglês.

Abriu-se uma porta, e acredito que faremos novas produções em breve. Foi meu primeiro trabalho em inglês. Já havia feito algumas locuções, mas nunca algo tão grande. Foi estranho no começo, fiquei inseguro, mas tivemos uma coach incrível, Barbara Harrington.

Leia também: Minissérie da Globo: quem foi Aracy de Carvalho, a brasileira que enfrentou o nazismo

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