Novo trabalho

Vilão em Nos Tempos do Imperador, ator uruguaio Roberto Birindelli falará dois idiomas na novela: “Um estímulo para mim”

Treino de montaria e esgrima ajudaram na composição do personagem

Publicado em 09/08/2021

Escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão e dirigida por Vinícius CoimbraNos Tempos do Imperador tem sua estreia marcada para hoje, segunda-feira (9), substituindo a reprise especial de A Vida da Gente. A trama é uma sequência de Novo Mundo, novela originalmente exibida em 2017, dos mesmos autores, e traz Roberto Birindelli na pele de um vilão.

General Solano López, seu personagem, tem desvio de caráter e comportamentos bem questionáveis. A principio, ele aparecerá no primeiro capítulo e depois entra efetivamente a partir do capítulo 75.

Em entrevista à coluna, o ator uruguaio de 58 anos, contou sobre o processo deste trabalho (impactado pela pandemia), as expectativas, e como foi o tempo de espera e a imersão numa cultura histórica diferente da sua.

Nos Tempos do Imperador é a novela que marca a volta do horário das 18 horas com uma história inédita. A última foi Éramos Seis, finalizada no início de 2020. No entanto, a trama já vem sendo desenvolvida desde 2019.

De lá pra cá, diante de algumas incertezas sobre quando ela iria ao ar e a lentidão das gravações decorrente da pandemia, Birindelli relembra as alterações no cronograma previsto.

Eu tinha terminado de filmar ‘La Teoria dos Vidrios Rotos’ no Uruguai , no final de 2019, vim para o Rio para as gravações de Nos Tempos do Imperador. 

O personagem ia entrar no primeiro capítulo  e depois ia ter um intervalo de dois meses. Gravei as primeiras cenas e fui para os festivais de cinema da Europa. Voltei direto pra quarentena e, depois de um ano e meio, retomei as gravações de Solano.

Roberto Birindelli como <strong>General Solano López<strong> em Nos Tempos do Imperador Divulgação Globo

Confira a entrevista completa com Roberto Birindelli:

CS – Como General Solano López, seu personagem, chegou até você e quais desafios profissionais ele lhe traz?  

RB – “Meu personagem é General Solano López que era filho do então Presidente do Paraguai. No Paraguai ele é chamado Mariscal (Marechal). Ele entrará em conflito com D. Pedro II, o que desencadeará a Guerra da Tríplice Aliança ou a Guerra do Paraguai. Solano aparece no primeiro capítulo, onde os conflitos são apresentados e depois entra efetivamente a partir do capítulo 75.

Quando se trata de uma guerra, qualquer coisa que seja dita vai indignar um dos lados. Se não indignasse ninguém, não haveria guerra. Gosto do desafio de apresentar a história e suas versões, tendo em vista, que cada país tem sua própria narrativa.

Também do desafio de usar palavras que possam ser compreendidas tanto em espanhol quanto em português, também é muito bacana. Minha língua natal é o espanhol, e o português falo desde os 15 anos. Trabalhar com as duas línguas em Nos Tempos do Imperador é um estímulo para mim.

Em relação à preparação, fiz treino de montaria. Já gravei as cenas a cavalo, mas certamente haverá mais ao longo da novela. Mais adiante haverá batalhas e com isto tem treino de armas. Pratiquei esgrima vários anos, isso não vai ser complicado.

CS – Nos Tempos do Imperador traz como pano de fundo o Brasil de 1856 e tudo que gira em torno de Dom Pedro II e suas ideologias. Embora você seja radicado no Brasil, para este trabalho você precisou fazer algum intensivão sobre a história do país para se contextualizar do tema? No Brasil você chegou a ter aula de história na escola?

RB –Sobre este período da história tenho lido muito as diferentes versões, tendo em vista que cada país tem sua própria narrativa. Sigo o que estudei na escola, no Uruguai, e também os pontos de vista brasileiro e paraguaio, obviamente conflitantes.” 

CS – A pandemia fez com que alguns dos seus trabalhos fossem reexibidos, como Império, A Vida da Gente e Apocalipse. Você, neste tempo, chegou a acompanhar algum deles? Costuma se assistir e analisar seu desempenho?

RB –Sensações diferentes. Vejo como o tempo passou e a realidade do país e do mundo mudou. Fico olhando as cenas e me apontando o que poderia ter melhorado. Adoro rever os amigos e colegas de cena!!!

CS – Você tem um vasto currículo de trabalhos no Brasil que fazem sucesso no Uruguai, seu país de origem. Existe alguma abordagem do público uruguaio com você por causa dos seus trabalhos aqui? Hoje em dia, qual é a sua relação com o Uruguai?

RB – “Isso, Império foi muito bem no Uruguai, entre outros. Alguns reconhecem, sim. Meu irmão de coração mora em Montevideo, e nas raras folgas consigo ir e botar os papos em dia.

Justo antes de início da pandemia participei do primeiro filme na terrinha! Nunca tinha filmado por lá. É o longa La Teoria de los Vidrios Rotos, de Diego Fernández. Vai estar na mostra latina do Festival de Gramado e deve ser lançada este ano no Brasil.

CS – Você também reúne bons trabalhos no streaming, como DOM, um grande sucesso da Amazon Prime Vídeo e o premiado 1 Contra Todos. Essa ampliação do mercado de trabalho proporcionado pelo crescimento do streaming mudou completamente o cenário audiovisual no mundo. Como você analisa esse novo modelo de trabalho? Ainda sobre DOM, você sabe se terá uma segunda temporada?

RB – “As séries chegaram no Brasil com um certo atraso, mas já tomaram conta, e o streaming é a evolução natural. Cada espectador monta sua grade, com seu mix de conteúdo no momento que ele quiser. Quem não migrar para estas plataformas em breve trabalhará apenas para uma pequena parcela do mercado.  

Na série Dom, meu personagem chama-se Paulo, que é o pai do Victor Dantas (personagem de Flávio Tolezani). O ambiente de trabalho com o diretor Breno Silveira é sempre uma delícia.

Breno faz questão de acompanhar tanto a preparação quanto todas as etapas de caracterização, figurino, etc. E ele super escuta sugestões. Olhando depois o trabalho pronto a gente nota a diferença. Quanto a segunda temporada ainda não tenho informações.

CS – O que o público pode esperar de Nos Tempos do Imperador? 

RB – “O texto de Thereza Falcão e Alessandro Marson é delicado e preciso. Cenários, adereços, roupas, cada detalhe foi feito com esmero. Vem uma grande produção por aí. A primeira parte da novela é centrada no período escravagista, depois a história vai focar na Guerra do Paraguai, e haverá batalhas. Fiz vários longas de época, mas nunca feito tinha  uma novela com essa temática.

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