Caso de polícia!

PF procura “corretor das celebridades” suspeito de envolvimento em fraudes bilionárias com criptomoedas

O esquema fraudulento de pirâmide movimentou cerca de R$ 38 bilhões

Publicado em 14/09/2021

Conhecido no meio dos famosos como “Corretor das celebridades”, Michael de Souza Magno está sendo procurado pela Polícia Federal e a Receita Federal na Operação Kryptos, que cumpre mandados de busca e prisão contra envolvidos em um esquema bilionário disfarçado de investimentos em moedas virtuais.

O esquema fraudulento de pirâmide foi sediado em Cabo Frio e movimentou cerca de R$ 38 bilhões. Michael é apontado como operador da organização, que teve como chefe o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, preso no dia 25 de agosto pela força-tarefa, na primeira etapa da Operação.

Nos blogs e sites sobre famosos, Michael aparece em fotos ao lado de artistas como Bruno Gagliasso e Nívea Stelmann, para os quais já teria vendido imóveis.

Segundo o jornal Extra, do Rio de Janeiro, o relatório da Operação Kryptos, coloca o corretor como um importante operador da G.A.S Consultoria Bitcoin, companhia do ex-garçom que prometia rendimentos exorbitantes mediante investimento em criptomoedas.

Embora o documento pontue que não há vínculo formal entre o corretor e Glaidson, Michael era, segundo a PF, ligado ao casal Tunay Pereira Lima e Marcia Pinto dos Anjo, ambos presos no mesmo dia que o ex-garçom.

Michael declarou, em 2021, bens e rendimentos tributáveis de R$ 32.700, além de um patrimônio de pouco mais de R$ 293 mil.

“Apesar disso, desde 2017, seu patrimônio e seu padrão de vida aumentaram bastante, o que leva a RFB (Receita Federal do Brasil) a apontá-lo como provável sonegador contumaz”, afirma o texto obtido com exclusividade pelo Extra.

O documento aponta que, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, Michael movimentou mais de R$ 9,6 milhões em uma única conta-corrente, divididos em valores muito próximos de entrada e saída.

Os policiais descobriram ainda notas fiscais de compras feitas por Michael em que constam o email pessoal de Tunay. Além disso, ele também adquiriu duas mesas de jogos nas quais o endereço de entrega é o do próprio Glaidson.

Conversa sobre fuga

O site G1 informou que Michael Magno também aparece em um trecho do relatório que fala sobre a possibilidade de que Glaidson fugisse do Brasil. Uma escuta telefônica, realizada com autorização da Justiça, registrou uma conversa do corretor com um homem não identificado, na qual os dois, de acordo com os investigadores, tratariam da saída do empresário do país.

O telefonema aconteceu na tarde da última segunda-feira, dia 23 de agosto, às 14h30. “Porque ele já sabia que ele tinha que sair do país rápido“, afirma o interlocutor para Michael, referindo-se, segundo a PF, ao ex-garçom. Pouco depois, o próprio Michael diz: “Já era pra ter ido embora, cara, pra ‘tá’ bem longe daqui. Aí fica no Rio, fica indo em resenha, fica indo não sei aonde, vai pra festa“.

A Operação Kryptos

Glaidson foi preso em casa, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no dia 25. Na ocasião, agentes apreenderam na mansão R$ 15 milhões em espécie, além de 21 carros de luxo.

A força-tarefa afirma que o ex-garçom movimentou cifras bilionárias em um esquema de pirâmide disfarçado de investimentos em criptomoedas, como bitcoins.

Para atrair clientes, a empresa GAS, sediada em Cabo Frio, prometia retorno mensal de 10% sobre o valor investido. “Em um mercado volátil como o de bitcoin, uma promessa de rentabilidade fixa não é sustentável”, afirmou a Receita, em nota.

De acordo com investigadores, Glaidson também repassou pequenos valores para 182 endereços em paraísos fiscais. O fracionamento, afirma a força-tarefa, foi uma tentativa do ex-garçom de ocultar a origem do dinheiro.

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