Com Bianca Rinaldi

Os 20 anos de Pícara Sonhadora, fruto de um acordo que custou 100 milhões de dólares a Silvio Santos

Folhetim marcou o remonte da dramaturgia da emissora, desativada desde 1998

Publicado em 27/08/2021

Data hoje, sexta-feira (27), os 20 anos completos de uma das produções mais antológicas da dramaturgia do SBT: Pícara Sonhadora, uma obra original de Abel Santa Cruz, o mesmo criador das histórias Mundo de Juguete/Carinha de Anjo (1974), Chispita (1982) e Carrossel (1989). A novela marcou a retomada do departamento, que estava desativado desde 1998.

Foi também o primeiro fruto de uma parceria milionária selada com a rede mexicana Televisa por cinco anos, a custo de 100 milhões de dólares, que contemplou o SBT com a liberdade na escolha de qualquer texto para adaptação, “Pícara” nos apresentou Bianca Rinaldi em seu primeiro grande papel na carreira, dividindo protagonismo com Petrônio Contijo, vindo de uma dezena de novelas entre Globo e Record.

Por aqui, Henrique Zambelli ficou a cargo da adaptação, Adriana Moretto assumiu a colaboração, enquanto a supervisão foi assinada por Crayton Sarzy. O título definido pelo próprio Silvio Santos, causou impacto na equipe de produção e nos espectadores a partir das primeiras chamadas veiculadas na programação naquele ano de 2001.

Para muita gente, o nome da novela era um palavrão descabido. E de fato, virou piada na boca do povo. Uma verdadeira jogada de mestre, idealizada, é claro, por Silvio Santos. O próprio foi quem determinou que o termo “Pícara”, atribuído a uma pessoa de grande esperteza, seria o melhor marketing para promover a trama. E deu certo!

O início dos trabalhos se deram em maio, com previsão de estreia para junho, mas acabou adiada para agosto, mês de aniversário da emissora. Cada capítulo foi orçado em US$ 43 mil – quase quatro vezes menos que uma produção atual da TV Globo, que tem custo médio de US$200 mil por capítulo.

Com um elenco bem enxuto, que não passava de 25 atores fixos na história, Pícara Sonhadora foi totalmente filmada em São Paulo, com mais de 65% de cenas em estúdio, e deu início a uma verdadeira sequência de remakes marcantes como Amor & Ódio, no ano seguinte, Marisol em 2002, Canavial de Paixões em 2003, e Esmeralda em 2004.

A réplica de uma rua do bairro do Bexiga, da capital paulista, foi construída próxima ao complexo do CDT da Anhanguera (Centro de Televisão da Anhanguera). Os cenários levantados ocuparam 1.600 m2 em dois estúdios do SBT.

Um detalhe a ser pontuado: Bianca Rinaldi foi escolha de Silvio Santos numa disputa com Patrícia de Sabrit e Flávia Monteiro. À época, a atriz tinha 26 anos e se projetou na televisão como Paquita da Xuxa nos anos 1990.

O CD da novela foi lançado pela Abril Music em parceria com o SBT Music poucos dias após a estreia, assinada pelo diretor musical da trama, Caion Gadia, com 13 faixas. A capa foi estampada por Bianca Rinaldi. “Mais um na multidão”, um clássico na voz de Erasmo Carlos e Marisa Monte embalou a abertura da história.  

Pícara Sonhadora substituiu a colombiana Café com Aroma de Mulher e teve 96 capítulos. Seu elenco reuniu figuras que hoje são célebres da indústria artística como Giselle Itié, Carmo Dalla Vecchia, Sérgio Guizé e Karina Bacchi. Teve como grandes presenças atores já falecidos Maria Estela e Serafim Gonzalez. Concorrente Porto dos Milagres, da Globo, trama manteve um público fiel conquistado logo nos primeiros capítulos e fechou com média de 16 pontos. Um sucesso!

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