Crítica

Romance clássico, Além da Ilusão devolve fantasia e escapismo ao horário das seis

A trama de Alessandra Poggi é um folhetim convencional

Publicado em 07/02/2022

Estreando como autora titular solo numa novela, Alessandra Poggi não buscou reinventar a roda. Além da Ilusão, novela das seis da Globo assinada por ela, aposta no bom e velho arroz com feijão que costuma agradar ao fã raiz de folhetim. Apesar de parecer uma fórmula batida, ela parece ser adequada, já que oferece escapismo em meio a uma realidade um tanto quanto obscura.

Até mesmo o primeiro capítulo de Além da Ilusão ofereceu uma estrutura clássica, numa apresentação de personagens bastante convencional. O foco maior foi no mocinho, Davi (Rafael Vitti), um ilusionista boa-praça e idealista, e em Violeta (Malu Galli), mãe da mocinha, uma aristocrata de forte presença.

Curiosamente, o romance principal fica em segundo plano neste momento, já que Dora, a “verdadeira” mocinha de Além da Ilusão, ainda é uma criança, vivida por Sofia Budke. Larissa Manoela, que viverá a heroína na segunda fase, aparece como Elisa, jovem que se apaixonará por Davi, mas terá a vida abreviada em razão deste amor proibido.

Enquanto Dora não cresce e assume o protagonismo, Elisa surge como o primeiro interesse amoroso do herói. Nas cenas, foi possível observar um Rafael Vitti mais seguro em cena, vivendo seu primeiro personagem mais maduro. Larissa também surge correta como Elisa, indicando que o casal deve funcionar.

Romances maduros também terão vez em Além da Ilusão. O primeiro embate entre Violeta e Eugênio (Marcello Novaes) já indicou que ali se formará um casal interessante. A relação começa com uma espécie de rivalidade, já que Eugênio pretende comprar as terras de Afonso (Lima Duarte), pai de Violeta, negócio esse que a herdeira se recusa a concretizar.

Mágica

Assim, Além da Ilusão se apresentou como um romance clássico, cuja mágica se faz presente e dá um toque de fantasia ao enredo. Com isso, a novela promete um necessário escapismo que não estão presente nos demais folhetins da Globo. Afinal, Quando Mais Vida, Melhor! trata de morte, mesmo num tom delicado; e Um Lugar ao Sol é um drama realista. A trama das seis, então, agrada quem quer ligar a TV apenas para relaxar.

Além da Ilusão também conta com uma direção segura, uma produção requintada e um texto que diverte. A abertura é uma graça, assim como o tema cantado por Gaby Amarantos. Tudo funcionou muito bem.

Com isso, Além da Ilusão tem boas chances de conquistar o público do horário ao se entregar sem pudor ao melodrama clássico e irresistível. O primeiro capítulo deixou boas impressões.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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