Por mais fraco que seja o desempenho de uma novela, sua audiência tende a melhorar na reta final. Afinal, são nos derradeiros capítulos que a trama costuma engrenar, pois ganha movimentação e começa a desenrolar os principais conflitos, caminhando para o clímax.
Curiosamente, isso não acontece com Nos Tempos do Imperador. A novela das seis da Globo está em sua penúltima semana de exibição, mas sua audiência segue encolhendo. A trama assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson não chama a atenção do público.
Há vários fatores externos que podem justificar a baixa audiência, como o forte calor e o afrouxamento das regras de distanciamento da pandemia. Ainda assim, a própria novela também não se ajuda, já que a trama não tem grandes tramas a resolver nesta reta final.
Aliás, pelo contrário. Todo o plot da Guerra do Paraguai se revelou um anticlímax um tanto sonolento. A maior emoção se dá pelo duelo entre Tonico (Alexandre Nero) e Nélio (João Pedro Zappa), já que o reencontro entre Pilar (Gabriela Medvedovski) e Samuel (Michel Gomes) não mexe com ninguém.
Enquanto isso, o “triângulo amoroso real”, formado por Pedro (Selton Mello), Teresa Cristina (Letícia Sabatella) e Luísa (Mariana Ximenes) se encontra exatamente do mesmo jeito em que passou a novela toda: não ata e nem desata. Nem mesmo a ameaça da revelação pública do caso do imperador com a preceptora consegue tirar este núcleo da inércia.
Ou seja, não há nenhum atrativo para o desfecho de Nos Tempos do Imperador. Sua baixa audiência reflete o desinteresse do público pelo desenrolar desta história.
Leia outros textos do colunista AQUI