Em 2017, quando foi ao ar pela primeira vez, Pega Pega não foi uma unanimidade. Apesar de ter registrado bons índices de audiência, a trama de Claudia Souto ficou devendo no quesito enredo. A saga dos quatro ladrões do Carioca Palace tinha um mote interessante, mas não tinha musculatura o suficiente para segurar uma novela inteira. E isso ficou claro na reprise.
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Pega Pega começou até simpática ao apresentar sua história principal. A trama narrava a trajetória de Júlio (Thiago Martins), Agnaldo (João Baldasserini), Sandra Helena (Nanda Costa) e Malagueta (Marcelo Serrado), quatro funcionários de um hotel de luxo que orquestram um roubo milionário do local.
Ao centrar sua ação dentro de um hotel e ter um crime como fio condutor da história, mas com um colorido de uma novela das sete, Pega Pega tinha um “quê” de chanchada que lhe deu uma identidade muito própria. Além disso, o fato de os quatro ladrões não poderem desfrutar do dinheiro do roubo para não chamarem a atenção injetava na comédia um tipo de humor meio absurdo e irônico, o que também funcionou.
No entanto, no decorrer da obra, o crime do Carioca Palace passou a ser levado em banho-maria. Antônia (Vanessa Giácomo) e os demais investigadores do roubo não se mostravam muito espertos com a investigação, que andou em círculos um bom tempo. A história foi ficando previsível, e foi isso que gerou as inúmeras críticas que a novela recebeu em 2017.
Já nesta reprise de 2021, Pega Pega pareceu muito melhor. Os 184 capítulos da primeira versão foram “condensados” em 107, o que retirou muito da gordura do texto. O resultado foi uma novela mais enxuta e ágil, que pareceu bem mais interessante.
Com a agilidade adquirida na edição, o enredo principal não pareceu tão enrolado. Toda a investigação do crime do Carioca Palace e seus desdobramentos se deu de maneira mais fluída e envolvente. Ou seja, a reprise reafirmava o diagnóstico: a trama não tinha fôlego para tantos capítulos.
Assim, esta reprise mais curta de Pega Pega acabou servindo como uma espécie de redenção à história criada por Claudia Souto. Sua trama tinha qualidades que só foram observadas agora, quando as arestas foram aparadas. Não era uma novela excepcional, mas ofereceu bons momentos de diversão e escapismo, cumprindo sua missão.
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