A grande diferença entre Novo Mundo, trama das seis de 2017, e Nos Tempos do Imperador, que é uma espécie de continuação da outra, é seu protagonista. Enquanto Dom Pedro I (Caio Castro) tinha pinta de herói, dando a Novo Mundo um ritmo de aventura, Dom Pedro II (Selton Mello) surge como um homem inseguro e sem firmeza, o que atravanca Nos Tempos do Imperador.
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Esta diferença de imperadores é visível desde os primeiros capítulos da trama de Thereza Falcão e Alessandro Marson. E, nos mais recentes capítulos de Nos Tempos do Imperador, isso acabou reforçado.
A maneira como Dom Pedro II encarou o decreto obrigando os negros cativos a lutarem na Guerra do Paraguai deixou clara a falta de pulso do protagonista. Desde o início da obra, o imperador repete que é contra a escravidão, mas que não há nada que ele possa fazer para mudar isso. Agora, também se posicionou contra o decreto, mas, ainda assim, também estava de mãos atadas.
Uma conversa com Dom Olu (Rogério Britto) expôs ainda mais a fragilidade do imperador. Ao ser criticado pelo líder da Pequena África, Dom Pedro II, mais uma vez, alegou que não tinha escolha. E Olu rebateu, dizendo que os negros também não tiveram escolha. Pedro, então, se calou e, na sequência, apareceu chorando nos braços de Teresa Cristina (Letícia Sabatella).
Não é o caso de os autores mudarem a História do Brasil e alterarem a personalidade de Dom Pedro para fazer dele um bom protagonista de novela. Mas constata-se que o imperador não serve como herói de folhetim.
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