Crítica

Família Record diverte e constrange na dose certa, mas dois programas é exagero

A atração costuma promover encontros desconfortáveis

Publicado em 22/12/2021

Tradicional especial de fim de ano da Record TV, Família Record é o típico especial de fim de ano que diverte e constrange ao mesmo tempo. Cafona, como todo especial de fim de ano, o programa tem como trunfo reunir várias das estrelas da emissora no mesmo palco num amigo secreto, o que gera momentos inusitados e encontros improváveis.

E é esta a diversão. Família Record reúne representantes da dramaturgia, do jornalismo e da linha de shows da Record TV, resultando num elenco contrastado. Poucos se conhecem de fato, já que, no dia a dia, eles não trabalham juntos. Ou seja, são colegas de “firma”, mas não parceiros cotidianos. Esta distância gera momentos de claro desconforto, o que acaba sendo divertido.

Christina Lemos, por exemplo, é do jornalismo, e trabalha bem distante de Rodrigo Faro, apresentador do Hora do Faro. Para driblar o distanciamento, a jornalista fez um belo discurso, revelando que pesquisou a origem do nome do artista para conseguir lhe presentear. Mas deixou claro que não o conhece de fato.

Mais sorte teve Ana Hickmann, que tirou Ticiane Pinheiro. As duas, sim, se conhecem bem e trabalham, de fato, juntas. Com isso, a afinidade em cena pareceu real, rendendo momentos emocionantes. Por outro lado, sabe-se que Ana não é melhor amiga de Adriane Galisteu. Para não dar sorte ao azar, as duas foram posicionadas bem distantes uma da outra. Sorte que uma não tirou a outra no amigo secreto, né?

Carolina Ferraz e Igor Rickli foram os mestres de cerimônia da vez e surpreenderam com muita desenvoltura e excelente sintonia em cena. Carolina, aliás, poderia ser encaixada no entretenimento da emissora, pois, no Família Record, deixou claro que está sendo desperdiçada apenas lendo teleprompter no Domingo Espetacular. Ela é divertida e tem excelente presença cênica.

Ou seja, no geral, Família Record cumpriu a missão de ser um entretenimento leve e descompromissado de fim de ano. Só precisava rever a decisão de ser dividido em duas partes. Para preencher o tempo, o programa inclui apresentações musicais e reportagens externas desnecessárias. Família Record funcionaria melhor se focasse no palco, apenas, e em um único episódio.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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