Primeiras impressões

Divertida, Quanto Mais Vida, Melhor! pode “salvar” a Globo

A trama de Mauro Wilson tem um humor leve e de fácil identificação

Publicado em 22/11/2021

O período de teledramaturgia pós-pandemia não tem sido muito auspicioso na Globo. Finalmente, após o período mais crítico da covid-19, a emissora tem três novelas inéditas no ar. Mas duas delas não são exatamente um sucesso de audiência. Nos Tempos do Imperador e Um Lugar ao Sol têm ficado abaixo da meta de seus respectivos horário.

Cabe a Quanto Mais Vida, Melhor!, então, reverter a má fase. A novela de estreia de Mauro Wilson começou entregando tudo o que prometeu: uma trama leve e divertida. Apesar de não fugir da burocracia, com a apresentação habitual dos personagens, o primeiro capítulo da nova trama das sete o fez sem se perder no didatismo exagerado.

Foi um episódio eficiente na apresentação dos quatro protagonistas. Guilherme (Mateus Solano, finalmente livre de Félix) vive uma crise no casamento, enquanto Neném (Vladimir Brichta) tenta retomar a carreira no futebol. Enquanto isso, Paula (Giovanna Antonelli) tenta driblar a crise, e Flávia (Valentina Herszage) tenta… sobreviver!

Sabe-se que estas quatro pessoas tão diferentes serão unidas pela possibilidade da morte. Eles ganham uma nova chance após um acidente de avião, mas um deles morrerá de vez dentro de um ano. Com isso, eles buscarão acertarem suas vidas neste período.

A premissa não é nova. Se no cinema, O Céu Pode Esperar é um clássico da temática, também não faltaram novelas que partem desta ideia, como Um Anjo Caiu do Céu (2001) ou, mais recentemente, Bom Sucesso (2019). O próprio Mauro Wilson admitiu que reaproveitou o mote de Os Amadores, especial de fim de ano assinado por ele.

Apesar de não ser nova, a ideia ressurge num momento que parece propício. Com a pandemia dando uma arrefecida, refletir sobre vida e morte de uma maneira leve é oportuno. Além disso, Quando Mais Vida, Melhor! Traz um humor muito saboroso de se acompanhar. Ele não é aloprado, feito um Carlos Lombardi, mas também passa longe do tom infantiloide visto em tramas como Pega Pega.

O humor de Quanto Mais Vida, Melhor! tem jeito de crônica, que diverte ao mesmo tempo em que gera identificação. Isso dá à novela um tom leve, como uma comédia de costumes que parece bem orquestrada.

Por conta destas qualidades, a nova novela tem tudo para agradar o público da faixa e, com isso, reverter a má fase das novelas globais. Porém, como o público de novela parece mais disperso, ainda mais neste contexto de fim de ano, tudo pode acontecer. Aguardemos os próximos capítulos.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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