O fim do ano não está sendo muito feliz na TV aberta. Enquanto Globo e SBT amargam alguns dos piores índices de audiência de sua história, os demais canais não conseguem angariar parte deste público disperso. Afinal, onde estão os espectadores?
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A baixa audiência das três novelas inéditas da Globo vem afetando a média dia do canal, com números historicamente muito baixos. Além disso, há outras faixas problemáticas, como as tardes de domingo, que respingam no restante da grade. A Globo ainda é líder de audiência, mas vem testemunhando uma fuga de público.
Se pensarmos no início da pandemia até aqui, nota-se que é um processo que pode ter a ver com o isolamento sociais. As primeiras reprises escaladas pela emissora para suprir sua faixa de novelas registraram índices de audiência satisfatórias. Mas, a cada “nova reprise”, a emissora foi perdendo mais público, o que coincide com os altos e baixos da pandemia.
E, neste contexto, as tramas inéditas estrearam num momento em que a vacinação avançada e o afrouxamento das regras de distanciamento, com retorno de eventos e reabertura de bares, foi acontecendo. Ou seja, é provável que as pessoas estejam saindo mais, cansadas após tanto tempo em casa.
O SBT também vive uma crise. A emissora perdeu público em quase todas as faixas de horários, amargando péssimos resultados. Já Record TV e Band perderam menos público, mas também deixaram de ganhar. Ou seja, muita gente não mudou de canal, e sim desligou da TV aberta.
Outras plataformas, como streaming, TV a cabo, videogames e internet, surgem como fortes concorrentes da TV aberta. Ou seja, há uma mudança de comportamento do público que começa a ficar mais clara. As pessoas têm buscado outras opções além da TV aberta, fortalecendo outros meios.
A TV aberta ainda é a mais acessível e, por isso, manterá sua relevância. Mas será preciso uma reinvenção mais efetiva para conseguir disputar público com tantas novas opções. Há algo acontecendo.
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