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Protagonista de Lov3 no Amazon, João Oliveira afirma que a série é o seu trabalho mais desafiador na carreira

Com 20 anos de carreira, ator analisa crescimento do streaming: “Uma grande oportunidade”

Publicado em 20/03/2022

Muita coisa mudou no mercado televisivo desde a estreia de João Oliveira na TV. O ator, que ficou conhecido do público no extinto Gente Inocente, já participou de dezenas de obras nos seus 20 anos de carreira.

Agora, com a série Lov3 do Amazon, ele vive o protagonista Beto. Personagem denso que João não titubeia em dizer que é o seu maior desafio até aqui. “Poderia tranquilamente dizer que sim pelas dimensões, complexidades e responsabilidades desse trabalho”, diz o artista, de 26 anos, que interpreta um jovem gay que vive relações afetivas conturbadas na obra.

João Oliveira, protagonista de Lov3 no Amazon (Rael Barja (Divulgação)
João Oliveira protagonista de Lov3 no Amazon Rael Barja Divulgação

A maior dificuldade na composição de Beto, segundo João, foi conhecer a fundo quem é aquele rapaz da história. “Era uma espécie de terapia do personagem e com o personagem. Um intenso trabalho com diversas leituras, buscando evidenciar aquelas motivações. É necessário acolher nossas fragilidades e inseguranças, até que descubramos e/ou possamos aceitar que elas são também as nossas forças e potências”, explica. Lov3 tem seis episódios e já está disponível no Amazon Prime Video.

A seguir, confira o bate-papo exclusivo com João Oliveira, astro da série: 

Você diria que Beto é o seu maior desafio no vídeo até agora?

Eu poderia tranquilamente dizer que sim pelas dimensões, complexidades e responsabilidades desse trabalho. Mas, em termos de atuação, por não haver essa escala que meça o tamanho de cada desafio, é sempre desafiador de um jeito diferente, independente da personagem. Um exercício incerto de reconhecer, descobrir e colorir aquela natureza.

Qual foi a maior dificuldade na composição dele? 

Eu não chamaria de dificuldade porque é delicioso, mas, algo que me interessava muito e me ocupava tempo nessa construção, era uma espécie de terapia do personagem, e com o personagem. Além de um intenso trabalho com diversas leituras, buscando entender e evidenciar aquelas motivações. Isso me gerava um ambiente de intimidade com o Beto em que podíamos compartilhar imperfeições. Não há de ser fácil, mas é necessário acolher nossas fragilidades e inseguranças, até que descubramos e/ou possamos aceitar que talvez elas são também as nossas forças e potências. 

Na trama, uma das questões que me passa é a baixo autoestima dele. Acredita que essa é a armadilha que o coloca em certas situações no relacionamento da série?

Acredito que com o desenvolvimento da série, nós vamos entendendo que tudo provavelmente é um debate sobre percepção e desconstrução de padrões familiares, responsabilidades/compromissos e comunicação, e que a partir da tomada de consciência, eles (os personagens) têm a possibilidade de se transformar ou, serem transformados. 

Você, João, já se sentiu o patinho feio, tipo ele? Como trabalha a sua autoestima?

Como eu sou geminiano, depende muito do dia (risos). Mas sim, já me senti como ele, com a minha dose de impermanência.

Você tem irmãos? Consegue se ver naquela relação dele com as irmãs?*

Tenho um irmão mais velho, que amo muito. Consigo me ver e ver semelhanças nessas dinâmicas de pessoas que compartilham da mesma estrutura familiar. Frutos da mesma galáxia que se conhecem muito bem e tem muita intimidade, se cuidam e se amam (como podem e conseguem) independente de quão bagunçados estejam.

Você começou muito cedo e o mercado mudou muito. Como você vê o crescimento do streaming? 

Vejo como uma grande oportunidade de acesso em amplos sentidos. Como público, temos acesso a histórias e narrativas novas e descentralizadas, o que tende a apurar nosso senso crítico, pluralizar, e nos aproximar de outras culturas e realidades. Já como parte de uma indústria que gera milhares de empregos, que vem sendo sistematicamente atingida por preceitos ideológicos e sendo mais do que desvalorizada nos últimos tempos, percebo que falta investimento e inteligência do poder público em incluir a cultura como parte de um planejamento em busca de apurar o senso crítico do nosso povo. Vejo com imensa alegria e entusiasmo (a realidade dos streamings no Brasil). Esse crescimento vem gerando empregos e outras histórias, ampliando nossas oportunidades e possibilidades.

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