
Muita coisa mudou no mercado televisivo desde a estreia de João Oliveira na TV. O ator, que ficou conhecido do público no extinto Gente Inocente, já participou de dezenas de obras nos seus 20 anos de carreira.
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Agora, com a série Lov3 do Amazon, ele vive o protagonista Beto. Personagem denso que João não titubeia em dizer que é o seu maior desafio até aqui. “Poderia tranquilamente dizer que sim pelas dimensões, complexidades e responsabilidades desse trabalho”, diz o artista, de 26 anos, que interpreta um jovem gay que vive relações afetivas conturbadas na obra.

A maior dificuldade na composição de Beto, segundo João, foi conhecer a fundo quem é aquele rapaz da história. “Era uma espécie de terapia do personagem e com o personagem. Um intenso trabalho com diversas leituras, buscando evidenciar aquelas motivações. É necessário acolher nossas fragilidades e inseguranças, até que descubramos e/ou possamos aceitar que elas são também as nossas forças e potências”, explica. Lov3 tem seis episódios e já está disponível no Amazon Prime Video.
A seguir, confira o bate-papo exclusivo com João Oliveira, astro da série:
Você diria que Beto é o seu maior desafio no vídeo até agora?
Eu poderia tranquilamente dizer que sim pelas dimensões, complexidades e responsabilidades desse trabalho. Mas, em termos de atuação, por não haver essa escala que meça o tamanho de cada desafio, é sempre desafiador de um jeito diferente, independente da personagem. Um exercício incerto de reconhecer, descobrir e colorir aquela natureza.
Qual foi a maior dificuldade na composição dele?
Eu não chamaria de dificuldade porque é delicioso, mas, algo que me interessava muito e me ocupava tempo nessa construção, era uma espécie de terapia do personagem, e com o personagem. Além de um intenso trabalho com diversas leituras, buscando entender e evidenciar aquelas motivações. Isso me gerava um ambiente de intimidade com o Beto em que podíamos compartilhar imperfeições. Não há de ser fácil, mas é necessário acolher nossas fragilidades e inseguranças, até que descubramos e/ou possamos aceitar que talvez elas são também as nossas forças e potências.
Na trama, uma das questões que me passa é a baixo autoestima dele. Acredita que essa é a armadilha que o coloca em certas situações no relacionamento da série?
Acredito que com o desenvolvimento da série, nós vamos entendendo que tudo provavelmente é um debate sobre percepção e desconstrução de padrões familiares, responsabilidades/compromissos e comunicação, e que a partir da tomada de consciência, eles (os personagens) têm a possibilidade de se transformar ou, serem transformados.
Você, João, já se sentiu o patinho feio, tipo ele? Como trabalha a sua autoestima?
Como eu sou geminiano, depende muito do dia (risos). Mas sim, já me senti como ele, com a minha dose de impermanência.
Você tem irmãos? Consegue se ver naquela relação dele com as irmãs?*
Tenho um irmão mais velho, que amo muito. Consigo me ver e ver semelhanças nessas dinâmicas de pessoas que compartilham da mesma estrutura familiar. Frutos da mesma galáxia que se conhecem muito bem e tem muita intimidade, se cuidam e se amam (como podem e conseguem) independente de quão bagunçados estejam.
Você começou muito cedo e o mercado mudou muito. Como você vê o crescimento do streaming?
Vejo como uma grande oportunidade de acesso em amplos sentidos. Como público, temos acesso a histórias e narrativas novas e descentralizadas, o que tende a apurar nosso senso crítico, pluralizar, e nos aproximar de outras culturas e realidades. Já como parte de uma indústria que gera milhares de empregos, que vem sendo sistematicamente atingida por preceitos ideológicos e sendo mais do que desvalorizada nos últimos tempos, percebo que falta investimento e inteligência do poder público em incluir a cultura como parte de um planejamento em busca de apurar o senso crítico do nosso povo. Vejo com imensa alegria e entusiasmo (a realidade dos streamings no Brasil). Esse crescimento vem gerando empregos e outras histórias, ampliando nossas oportunidades e possibilidades.
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