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O que o BBB 22 pode ensinar sobre diversidade?

Para Carine Roos, CEO da consultoria Newa, o entretenimento ajuda a dar voz aos grupos minorizados, trazendo questões sociais para o debate público

Publicado em 01/03/2022

Mesmo em um país diverso, ainda é um enorme desafio social fazer com que todas as pessoas sejam valorizadas, respeitadas e incluídas nos espaços de poder.

Além disso, entender que existem formas diferentes de pensar, agir, sentir e viver, é importante para que cada pessoa consiga conhecer ou reconhecer a sua própria identidade. Neste sentido, o programa Big Brother Brasil tem sido um relevante espaço para discussão sobre diversidade.

Diversidade e Inclusão


Ao longo de suas 22 edições, o programa trouxe participantes de grupos minorizados que eram invisibilizados pela sociedade, como pessoas negras, LGBTQIAP+, público 50+, entre outros”, explica Carine Roos, CEO e fundadora da Newa, consultoria especializada em Diversidade e Inclusão.

Tadeu Schimidt na casa do BBB 22 (Divulgação)
Tadeu Schimidt na casa do BBB 22 (Divulgação)

Além de expor preconceitos com grupos minorizados, o entretenimento também trouxe para dentro da casa dos telespectadores o debate sobre questões sociais que, antes, não tinham tanta força e tampouco visibilidade em produtos culturais de massa, como novelas e séries da TV aberta. 

Participantes do BBB 22 (Divulgação)
Participantes do BBB 22 (Divulgação)

“Apesar do programa ainda não ter tido nenhum participante PcD ao longo de 22 anos, o BBB tem contribuído para provocar um debate que é urgente sobre diversidade e inclusão”, aponta a CEO.

É ela!

Entre as pautas mais recentes levantadas pelo programa e que tem repercutido nas redes sociais é o caso da participante Linn da Quebrada, que por diversas vezes foi tratada como pronomes masculinos, mesmo deixando claro que se identifica como ela. Também houve uma discussão sobre a solidão da mulher negra, pautada pela tristeza da personagem Natália ao não ser escolhida romanticamente por um dos participantes, e o impulsionamento dos debates sobre gordofobia.

Linn da Quebrada está no elenco do BBB 22 (Divulgação)
Linn da Quebrada está no elenco do BBB 22 (Divulgação)

O programa está mostrando que, cada vez mais, as pessoas precisam criar consciência sobre diversidade e inclusão, rompendo as barreiras do preconceito e do que antes era considerado tabu. No caso da participante Linn – que se identifica como travesti – ela mostra ao Brasil que um gênero vai muito além da binariedade”, pontua Carine. 

Saúde emocional

Já no caso da participante Natália, a especialista afirma que este é um tópico que também merece atenção, afinal, é um tema que reflete na saúde emocional da participante e de mulheres ao redor do mundo. 

 Natália, participante do BBB 22 (Divulgação/TV Globo)
Natália, participante do BBB 22 (Divulgação/TV Globo)

Para Carine, quanto mais naturalizados se tornarem estes debates, de forma mais positiva estas questões entrarão nas casas e empregos das pessoas. “Traçando um paralelo com o universo corporativo, sabemos o quanto de diversidade e inclusão falta dentro de equipes e quadros de liderança. Ao ver a presença de pessoas diversas e conflitos diferentes em suas TVs em horário nobre, isso trabalha o inconsciente de quem contrata e lidera”, finaliza a CEO.

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