Representatividade

Atriz com nanismo sonha em participar do BBB 22: “Não vivemos na casa da Branca de Neve”

A próxima edição do reality comandado por Tiago Leifert tem estreia prevista para o dia 24 de janeiro de 2022

Publicado em 01/05/2021

Priscila Menucci que brilhou durante anos no humorístico A Praça é Nossa revelou com exclusividade para a coluna, o desejo em participar do maior reality de confinamento da Globo, o Ultra Big dos Bigs que tem estreia prevista para o próximo dia 24 de janeiro de 2022.

Seria importante ter uma pessoa com nanismo no reality para mostrar o dia a dia das pessoas pequenas para o grande público. E para revelar que somos iguais aos outros, que fazemos atividades físicas, cozinhamos e podemos fazer as provas do reality. Claro, para tudo damos um jeito (risos). Aí quebramos aquele tabu que as pessoas acham que vivemos na casa dos sete anões da Branca de Neve. Meus amores, nós nos adaptamos ao mundo”, pondera a comediante que mede 91 centímetros. A seguir, confira o papo com essa artista de primeira:

ANDRÉ ROMANO: Quem é a Priscila Menucci?

PRISCILA MENUCCIMulher, mãe, menina, esposa, militante, artista e ainda sonhadora.

AR: Como você descobriu o gosto pela arte?

PM: Foi sem querer. Eu era auxiliar administrativa de RH em uma grande empresa aqui em São Paulo. E um belo dia, em uma festa da empresa, dois anões estavam fazendo a recepção da mesma, e um deles pediu meu telefone para colocar na agência onde eles trabalhavam, alegando não ter mulheres pequenas na área de eventos. Eu pensei que fosse cantada, mais ele insistiu e acabei dando. E não é que na mesma semana me ligaram. E até hoje minha paixão é a arte. Meu primeiro grande trabalho foi no teatro, o musical Mágico de Oz, com direção de Billy Bond. Desse dia em diante nunca mais parei. Graças a Deus!

AR: Você participaria do BBB 22?

PM: Seria importante ter uma pessoa com nanismo no reality para mostrar o dia a dia das pessoas pequenas para o grande público. E para revelar que somos iguais aos outros, que fazemos atividades físicas, cozinhamos e podemos fazer as provas do reality. Claro, para tudo damos um jeito (risos). Aí quebramos aquele tabu que as pessoas acham que vivemos na casa dos sete anões da Branca de Neve. Meus amores, nós nos adaptamos ao mundo.

AR: Como a sua família lidou com o nanismo, assim que você nasceu, já que não tinha nenhum histórico na família?

PM: Foi um choque, pois não tinha nenhum caso de nanismo na família, e eu era a primeira filha do casal, e na época não eram todos que tinham dinheiro para ultrassom. Quem me aceitou de verdade foi a minha avó paterna, pois fui criada por ela. Minha avó, e minha madrinha me ajudaram muito na minha vida.

AR: Você é uma mulher muito à frente de seu tempo.  Não chora as pitangas da vida. E, sim, faz várias limonadas com os limões que a vida colocou em seu caminho. Você sempre foi assim?

PM: Realmente aprendi ser uma mulher à frente do meu tempo, tudo graças a minha avó paterna, pois a cada olhar de indiferença na infância, ela me dizia que eu era igual a todos, nem melhor, ou pior. E que as pessoas me olhavam, pois eu era pequena sim, e lindinha, por isso me olhavam. Hoje dou risada, pois me lembro que as vezes sem eu perceber, ela ficava brava.  Mais ela sempre me dizia isso: ‘filha, você não é, nem menos e nem mais do que seus amigos. Você é igual. E nada lá fora vai ser fácil, pois nada será adaptado para você’. Acho que foi isso que com o passar dos anos me fez ser o que sou hoje. Não ter dó de ser pequena e chorar pelo leite que talvez nem derrame.

AR: Sua casa não é adaptada. Por que você optou por isso? É uma forma de se acostumar com o mundo, já que ele não se adapta para vocês?

PM: Minha casa quase nada é adaptado. As únicas coisas que são adaptadas são os interruptores. Apenas, pois na minha família ninguém é pequeno, não seria legal com eles. E também fui acostumada e criada assim.

AR: É normal a família abandonar o filho por causa de sua condição ou é coisa de novela?

PM: É comum sim, não que seja normal, pois, a aceitação começa de casa. Algumas famílias por não terem informações, acabam se precipitando e vem o abandono.

AR: Como é a Priscila mãe?

PM: Como é a Priscila mãe? Priscila Mãe, nossa, nem sei. Sou companheira quando tenho tempo, mais entre um texto e outro, sempre tenho um tempinho para as lições de casa. Ou uma brincadeira ou um bate papo na madrugada. Sinto falta de estar mais presente. Mais temos que trabalhar. Sou chata, brigo, tem bronca sim. E muito amor. Pois as duas gestações não foram planejadas.

AR: Qual é o seu maior sonho?

PM: Meu maior sonho seria um mundo com pessoas mais tolerantes e educadas.

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